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domingo, 1 de agosto de 2010

Teoria dos Ciclos

   A cada momento nasce uma criança em algum lugar da terra. E para cada criança que nasce, todo o conhecimento sobre o mundo e a sociedade que a cercam, deverá ser retransmitido a esse novo indivíduo. Esse tal conhecimento diz respeito a nossos costumes, modo de vida e organização social. Quando se diz que as crianças são o futuro, está se dizendo que elas são quem darão perpetuidade à nossa sociedade. E a perpetuidade ou não dos nossos valores depende da eficácia com que eles são passados às futuras gerações.
   O estudo da história parece mostrar um certo padrão em relação às grandes civilizações. Elas têm um início, um desenvolvimento e um apogeu sucedido de um declínio. A teoria dos ciclos se propõe justamente a estudar essas etapas de existência dessas civilizações.
   Vamos tomar como exemplo o Império Romano. Ele se estendeu pela maior parte do Sul da Europa, Norte da África e o sudoeste da Ásia. Mas devido à crises políticas internas, ele se tornou vulnerável às invasões bárbaras. Sendo então despedaçado e trazendo à Europa um período de regresso em termos de organização política, social e econômica.
   Agora, você pode muito bem vir e apontar para mim dizendo, como um bom historiador:
   “Não se pode dizer que foi um regresso, mas sim uma transformação.”
   Paremos para analisar, então, essa transformação passo a passo. A organização política por exemplo. O Império Romano era centralizado e categoricamente dividido em províncias, possuindo um corpo de leis que vigorava por todo o território. Com a sua queda, apesar a existência de reis como Carlos Magno, nós tivemos a total fragmentação do poder e da constituição legislativa. Cada feudo possuía o seu próprio corpo de leis, fomos de um território imensamente vasto, possuindo uma única legislação, para ter dezenas de milhares de feudos cada um clamando por suas próprias leis.
   No campo econômico, sinceramente, pouco vou comentar. A substituição da moeda como forma de câmbio para a posse de terras. É claro que o comércio não cessou por completo, mas foi regredido para o escambo.
   Quanto ao social, nós já tínhamos escravos na nossa querida Roma, mas a servidão não trouxe qualquer avanço nas relações sociais. O servo poderia não ser propriedade direta dos senhores feudal, mas eles passaram a representarem a grande massa da população. Isso sem contar com a forte submissão e a lei que obrigava as servas a se deitarem com o senhor feudal antes de se casarem com outro servo. Eu diria que as relações de privilégio das classes superiores se agravaram ainda mais, novamente, sinalizando um regresso.
   Toda vez que uma civilização cai, e devido a sua queda, é posto o regresso sob a região de seu evento, caracteriza-se o fechamento de um ciclo e o início de outro.
   Acontece que atualmente o mundo se encontra organizado em uma enorme civilização denominada humanidade. Tudo isso graças à incrível globalização. E diferente de todos os outros pequenos ciclos, o ciclo dessa civilização pode ter o seu fim através da auto-depredação.
   Em nenhum outro momento pôde-se observar um desenvolvimento cultural e científico tão intenso como nos últimos vinte anos. Apontando, portanto, um perceptível apogeu de nossa civilização. Tem-se acirrado cada vez mais a disputa por recursos fósseis, eclodindo diversas guerras por toda a parte do planeta. Parece difícil ignorar a possibilidade de uma iminente terceira guerra mundial, e essa seria sem dúvida devastadora.
  Como se não bastasse a possibilidade da autodestruição, ainda temos o enorme prejuízo causado ao meio ambiente, que parece estar cada vez mais tornando o nosso planeta inabitável para nós e também para toda forma de vida existente na terra. Embora haja algumas controvérsias quanto a certas teorias como a do aquecimento global (vulgo o escândalo do Climategate, totalmente ignorado pela mídia brasileira), ainda temos o enorme prejuízo da poluição, do desmatamento e  do esgotamento dos recursos de matéria prima.
   Independente de que maneira, caso aconteça de fato o fechamento do ciclo em vigência, deverá haver o início de outro ciclo. Após sua destruição, a humanidade deverá trabalhar para reconstruir-se. No caso da autodestruição, eles tentaram ensinar as crianças a odiarem qualquer forma de violência, tentando evitar guerras futuras. Promoveriam também o regresso tecnológico, tentando ao máximo prevenir contra a fabricação de armas de destruição em massa. Mas seria apenas uma questão de tempo para que a nova civilização se desenvolvesse e desse inicio a outro ciclo. E assim sucessivamente. 

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