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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Apenas um Sonho

            Estou deitada em minha cama, observando o desenho das sombras nos móveis. Sombras delineadas pela fraca luz que escapa das gretas da janela. Já é manhã, mas a casa está em silêncio. Levanto da cama. Tudo ao meu redor parece acinzentado.  Talvez por que mantive todas as luzes apagadas, não sei.
            Não encontro ninguém! Passei por todos os quarto. A casa está vazia! Será que foram para a praia, e me deixaram sozinha? Eu deveria ter acordado com o barulho. Eles não poderiam ir à praia, sem no mínimo, começarem uma gritaria infernal. E por que me abandonariam dormindo, sozinha?
            Decidi descer as escadas, comer alguma coisa. Posso não sentir fome, mas me parece nada além de sensato, me alimentar pela manha. Eu me sentiria completamente normal, se não pudesse notar que a casa parece ter perdido sua cor, por completo. Tudo parece, “sem graça”.
            Até que passo pela sala, e vejo alguém dormindo no sofá. Enfim, acredito que não estou mais sozinha. Até que chego perto para acordar quem quer que fosse, e percebo que sou EU ali, deitada – dormindo?
            Esta sou eu?! Não posso, eu estou aqui, de pé! Não estou deitada. Eu estou dormindo? Será que estou sonhando? O desespero começa a correr em minhas veias. Não, quais veias? Eu sinto meu corpo resfriar de pavor, mas qual corpo? O que é o meu corpo?
            Agora posso perceber o ambiente mais frio, não em temperatura, mas aspecto. As cores perderam suas vidas, e parecem mortas, tão cinzas agora, quanto a densa neblina que observo pela janela.
            Eu não suporto, não suporto a cena. Não suporto ver meu corpo, estirado, inanimado, jogado no sofá. Onde estão todos os outros? Por que ninguém vem me socorrer?
            Subo as escadas correndo, buscando ignorar as figuras que aparecem nas bordas de minha visão. Assombrações fantasmagóricas, criações da minha angústia, para me atormentar e agonizar.
            Vou voltar para minha cama, para a proteção dos lençóis. É apenas um sonho. É apenas um sonho. Logo eu vou acordar, e tudo vai estar de volta como antes. É apenas um sonho. É apenas um sonho idiota. Logo tudo vai embora, logo tudo vai desaparecer – e com todo o resto, minha existência também.

Conto que fiz, baseado em um micro-conto de uma grande amiga minha. ^^

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Projeto Vénus

O Projeto Venus apresenta uma visão nova e arrojada para a humanidade que requer nada menos que o total re-planejamento de nossa cultura. Hoje, existem muitas pessoas preocupadas com os sérios problemas que confrontam nossa sociedade moderna: desemprego, crimes violentos, substituição de humanos pela tecnologia, superpopulação e o declínio nos ecossistemas terrestres.
Como você verá o Projeto Venus se dedica a enfrentar todos esses problemas ao envolver-se ativamente em pesquisas, desenvolvimento e aplicação de soluções viáveis. Através do uso de abordagens inovadoras para a conscientização social, incentivos educacionais e a aplicação consistente do melhor que a ciência e tecnologia têm a oferecer diretamente ao sistema social, o Projeto Venus oferece um plano abrangente para a restauração social no qual os seres humanos, a tecnologia e a natureza serão capazes de coexistir num estado de equilíbrio dinâmico sustentável e de longo prazo.


            Esse é o texto que retirei do site The Venus Project. Embora só tenha lido superficialmente sobre o projeto, me interessei por ele o suficiente para adicionar um banner no meu blog. Pretendo estudar mais profundamente sobre as ideias projetadas por Jacque Fresco, o idealizador e arquiteto do Projeto Venus. Mas convido a todos que tiverem interesse, para pesquisarem e lerem sobre o assunto também, em todo caso, voltarei a escrever sobre o assunto quando tiver 

conclusões mais definidas. Até lá, boa semana a todos!

Algumas referências extras:
Um outro blog
Livros sobre o projeto

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Entrevista com Pensadores Mortos

            Como parte da nova programação do blog (ou a recém adquirida programação), serão promovidos aqui debates toda segunda-feira, entre dois ou mais, grandes estudiosos, pesquisadores e pensadores do passado.
            Homens que marcaram a história com suas idéias de descobertas. Mas como hoje, eles estão mortos, em maioria, eles não conhecem as consequências de seus estudos sobre a sociedade do futuro. Eu gostaria de destacar tal, pois alguns deles não fazem menor ideia de que têm seus nomes mencionados e seus rostos estampados nos livros de história, geografia, matemática, e mesmo biologia. Como é o caso de um dos nossos entrevistados da noite. Chamo aqui, Charles Darwin e Mendel.
            (Aplausos)
            Mendel entra utilizando uma bata marrom, cabelo em corte de cuia, e um terço entre as mãos. Darwin entrou com um charmoso terno preto, com uma cor branca social por debaixo do paletó preto, e ao que me parece, ele penteou a barba:
            _Eu gostaria, a princípio, de agradecer à presença dos dois no meu humilde blog. É uma enorme honra e prazer estar na presença daquele que levou o nome da teoria da evolução, e o pai da ciência genética, nunca antes reconhecido, ao menos não em vida.
            _Meu jovem, você é um rapaz inteligente, mas tem idéias muito estranhas. – Mendel toma a voz, em evidente preocupação.
            _Oh, ok. Se importa de me explicar por que?
            _Primeiro, eu não sou o pai de nenhuma ciência ou coisa assim. Sim, eu soube, eles me reconheceram mais tarde a respeito dos meus estudos sobre a hereditariedade das características fisiológicas das ervilhas. Mas o verdadeiro pai, dono de toda a verdade, é Deus Pai, o meu Senhor. –Darwin revira os olhos, inquieto.
            _Tudo bem. Esse foi o seu primeiro ponto, mas eu suponho que tenha ao menos uma segunda colocação a fazer, certo?
            _Sim! Enquanto esperava a sua chamada para entrar no estúdio, eu li alguns dos seus textos nos seus arquivos. E lá, eu percebi que você tem idéias muito estranhas sobre muitas coisas. Sobre Deus, e sobre essa prática vil e terrível que é o aborto.
            _Mas veja agora, o entrevistador aqui, sou eu! Você pode ver as minhas idéias como estranhas. Mas as suas próprias, não tiveram reconhecimento enquanto você estava vivo.
            _Mas é claro! Ninguém queria saber do pobre Mendel. Eu deveria saber, é preconceito com a minha fé! Eles só tinham olhos para esse outro ai!
            Eu levanto a mão e peço a Darwin para que tenha calma:
            _Calma aí! Você esperava o que? Um senhor que vivia nas colinas, não conversava com quase ninguém se não com suas plantas, falava para dentro, e ainda queria que alguém prestasse atenção para a sua tese sobre a reprodução das plantinhas?!
            _Mais respeito, por favor?! O meu estudo é sério! Aliais, tão sério, que os estudiosos do futuro reconheceram ele!
            _Agora você esbarra em um ponto no qual envolvemos nosso digníssimo Darwin! Eu estudei certa vez em uma escola que levava seu nome, curioso não?
            _A princípio eu gostaria de dizer que, eu aprecio e admiro muito o trabalho do Mendel. Nossas pesquisas, juntas, trouxeram grandes avanços para a medicina moderna, a medicina preventiva, e mesmo a evolução da sociedade como corpo intelectual.
            _Oh, claro. No caso, as SUAS teorias tornaram um mundo um lugar melhor? – Mendel se revolta.
            _Calminha, calminha. Mendel, todos nós sabemos que você escondia e descartava os resultados “fora do padrão”, só para que as contas batessem.
            _O que?! Isso é um absurdo de se afirmar!
            _Hoje nós sabemos muito bem. O cruzamento de dois heterozigotos não “rendia” exatamente um quarto de homozigotos dominantes, um quarto de homozigotos recessivos, e um meio de heterozigotos. As contas nem sempre eram tão exatas assim, não é mesmo?
            _Mas estava tudo dentro de uma margem de erro. Erros experimentais! – Mendel arrisca lacrimejar os olhos.
            _Não, não eram. Isso faz parte da natureza, é algo que você deveria ter considerado, mas desprezou. Esses “erros” faziam parte das leis do SEU Deus Pai, e você simplesmente desprezou, e permaneceu na idéia de que sua teoria era correta, e completa.
            Mendel desmancha na cadeira. Darwin o olha com menosprezo, e peculiar indiferença sobre o sofrimento alheio:
            _Quanto à teoria de Darwin. Bem, ela viria a complementar e explicar essa “margem de erro experimental”. A sua teoria sobre a seleção natural faz perfeito sentido em explicar e diferenciação e a distribuição das qualidades e características passadas pelos pais. Ele teria seu nome imaculado na história se não fosse pela necessidade de acrescentar um “neo” no título de sua teoria.
            _Como isso? – Darwin se surpreende ao que se via envolto em elogios.
            _Você não explicou como surgiam das novas características. Faltou explicitar a respeito da mutação genética. Você foi eficiente em desbancar o Lamarckismo, mas ainda faltou uma peça do quebra cabeça. Peça, talvez, que teria sido complementada pelos “erros experimentais” de Mendel. É uma pena que na história do conhecimento, nem sempre houve a colaboração necessária entre os estudiosos que poderiam trabalhar de mãos dadas, mas preferiram se isolarem em seus cantos, cercados em suas ilhas de soberba e orgulho próprio.
            _Como você pôde? – Mendel volta a falar, já de olhos vermelhos.
            _Como foi?
            _Não estou falando com você, seu desalmado. Aliais, vocês dois, são dois desalmados! Estou falando com esse de barba branca. – Darwin se espreme torcendo o corpo na cadeira, assustado. – Como você teve coragem de profanar o nome de nosso Senhor com suas teorias odiosas? Como pôde dizer algo tão vulgar e ridículo como o homem ter surgido do macaco?!
            _Aqui vamos nós outra vez. – Darwin revira os olhos.
            _O nome – eu encaro Mendel, com a sincera vontade de voar em seu pescoço e sufocar-lo – é AUSTRALOPHITECUS!!!
            Mendel retorno o olhar para mim, severo, e com aparente pesar:
            _Acho que já rendeu o quanto era possível render. Eu declaro essa entrevista encerrada.
            Mendel é o primeiro a desaparecer, transparecendo e flutuando, feito fumaça. Darwin o observa partir, então me olha nos olhos, sorrindo com estes, e então se levanta e caminha até a sombra do canteiro, sumindo dentro desta.
            Esta foi a primeira entrevista com pensadores mortos. Ao que me parece, serão sempre discussões tensas e dramáticas como essa. Eu repito e peço compreensão, pois muitos desses homens, não conhecem a repercussão de suas descobertas e pesquisar sobre o mundo atual. Peço desculpas pelo transtorno, e espero que tenha sido proveitoso de alguma forma.
            Até a próxima segunda feira, onde trarei Isaac Newton e Albert Einstein para discutirmos sobre a física relativística e a distorção e contração do espaço tempo. Até a próxima! 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Torcidas organizadas

   

            É recorrente e usual que me façam perguntas de todos os gêneros, quando sou apresentado a um novo conhecido.

“Qual é o seu nome?”
“Qual a sua idade?”
“Nossa! Como você é grande! Qual a sua altura?”
“Você é gatinho. Qual é o seu telefone?”
“Para qual time você torce?”
Ao ponto em que me fazem essa última pergunta, o meu desejo é de responder: “Sou heterossexual!”, e apenas.  Porém nem sempre é a expectativa de que seja dada uma resposta criativa e divertida para uma pergunta desse gênero. Pois na sociedade em que vivemos, o seu time de futebol pode lhe render mais preconceito do que sua opção sexual. Passa a ser então, uma pergunta de teor crucial, ao ponto de determinar o sucesso ou não de futuras amizades.
Exagero? Oh, acredite, já vi amizades enfraquecerem por conta de rixas futebolísticas. Mas não são bem as inimizades pessoais que de fato me preocupam. O exagero é tal, que faz multidões entrarem em guerra, por causa de um time de futebol.
Esses barões, senhores donatários de clubes e estádios, eles nadam com o dinheiro adquirido na indústria do maior espetáculo nacional. Oito meses de aflição. Oito meses onde a maior preocupação do trabalhador brasileiro é a posição do seu timão na tabela do brasileirão.
Há que idolatrar seus jogadores favoritos, por si só, não faz mal. Se existem heróis nacionais, não são aqueles dos livros de história, mas os jogadores que trouxeram o título da Copa Mundial à Seleção Brasileira.
Mas eis que o fanatismo nos leva à tormenta. Quando a lei da competição exige a vitória, não importa o esforço que leve, não importa o suor que gaste; o sangue jorra. Jorra sangue na tela da televisão brasileira, mas não é o sangue dos jogadores incompetentes, mas dos torcedores que comemoram a vitória, em frente ao bar do rival.
A que ponto alguém pode dize, que ama seu time incondicionalmente? A que ponto alguém pode ME obrigar, a tomar partido em um banho de sangue?
Eu costumava ser flamenguista, ainda que dos bem relapsos. Mas hoje, eu torço é para time nenhum. Pois o flamengo é o time cujas derrotas ou vitórias causam mais mortes pelo Brasil afora. Se o time perde, os torcedores vão à rua, e morre quem estiver com a camisa do adversário. Se o time ganha, é o torcedor do próprio que amanhece com formiga na barriga, e a língua no chão.
Prefiro ser indiferente, e observar esse massacre espetáculo de longe. BEM longe.

Artigo sobre o assunto:
Reportagens e outras notícias:
Outro Blog sobre o mesmo assunto

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Olá, meus caros!

Olá, meus caros, me chamo Lucas, vulgo Storm, e isso basta.
Bom, é o seguinte. Eu, Gunter e mais uns amigos discutimos uma vez no café que costumamos frequentar, sobre a possibilidade de um intercâmbio blogguistico. Como podem ver, sou novo por aqui, mas sou o dono do  blog parceiro http://uquaarilqua.blogspot.com/ (acessem, inscrevam-se, comentem).
Enfim, a partir de agora, Gunter postará em nosso blog (somos três, quatro agora, com Gunter) e eu postarei aqui. Então, aqui vai o post inicial.
Apresentar-eu-hei minha filosofia de vida. Asatru. Se eu não me engano, já houve um post sobre isso por aqui.
Corvo, símbolo de Odhinn, o sábio.
O Asatru (ou Odinismo) tem como base fundamental o vínculo com os ancestrais e não os Deuses, como muitos podem pensar. De fato, não sei se posso chamar os Deuses de Deuses, visto que não atendem nem ao critério da imortalidade.

Falando sobre os Deuses:
Os ditos Deuses podem ser divididos em dois grupos. Os Aesir e os Vanir, diz os mitos que os dois Clãs brigaram e que após guerra, se entenderam. Eu não concordo com a definição de Deuses. Porque diz-se que eles não são imortais, não são Oniscientes, nem Onipotentes.
Mas afinal, o que são os "Deuses". Não são de forma alguma, deuses criadores, como a mitologia cristã prega (refiro-me ao fato do deus cristão ser criador). Os Deuses foram criados com o universo e não são, de forma alguma, pessoas sentadas em tronos de ouro em Valhalla. São forças, forças de forma desconhecida, que regem o mundo, o universo; sendo que cada um possui sua particularidade e seus defeitos. A compreensão do que são os Deuses mudou muito com o passar do tempo.
Valhalla!
Valhalla não é o castelo de Odhinn em Asgard, muito embora seja representada assim para facilitar a compreensão trivial. Na verdade, entendemos Valhalla como o prazer até o Ragnarök, um lugar onde você ficará em contato com os Deuses até o fim do mundo (não é um LUGAR, é mais um ESTADO de pós-morte). Mas a morte não é tão feliz assim. Se você não for uma pessoa honrada ou não cumprir com sua lealdade, passará o resto da morte em um estado de melancolia. Mas não de sofrimento.
Valknut no centro, o nó dos enforcados. Corvos ao redor e as runas, futhark.
Ragnarök.
O fim do mundo nórdico é a ultima batalha, quando os Deuses batalharão com os gigantes e a árvore da vida será destruída para recomeçar. Mas seria um mundo totalmente diferente, sem Deuses, talvez, e sem Gigantes ou Humanos. Diz a Profecia.
Gigantes? Máqueporra?
Gigantes, não são gigantes, são representações de espíritos inimigos aos Aesir e aos Vanir. E eles não são maus. Inclusive alguns Aesir ou Vanir se casaram com Gigantes e alguns Gigantes são Aesir (como Loki, o trapaceiro).
Árvore da vida.
Sim, Yggdrasil, a árvore da vida, o que sustenta os nove universos. Numa visão mais esotérica, poderia ser visto como o que sustenta todos os planos. O Astral, o Físico, o Mental...
Profecia? Máqueporra?
Diz os mitos que Völva, uma bruxa poderosa, previu todo o correr do universo para Odhinn. O mito da profecia está escrito e existem várias traduções na net.

Eu falei em algo escrito, no Asatru existem livros compostos de mitos, que são usados como base para a prática do rito, da religião. São chamados de Edda. E um deles em específico eu acho legal, o Havamál. Que nos diz costumes práticas boas a qualquer Asatruar. Ele fala da Honra, da Lealdade...
Falando em Lealdade, tem mais uma coisa importante ao Asatru, e só falarei isso.





São nove virtudes que qualquer pessoa, Asatru ou não, precisaria praticar. Pois são coisas referentes ao dia-a-dia. Vou colocar uma imagem com todas elas.

Eu não sei quando volto para falar de algo, parece que eu terei um dia para isso. Mas, acostumem-se comigo.

Has Hail!!!

(adição: link para a postagem anterior sobre Asatru)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Tiros em Realengo

            Estava eu construindo gráficos de funções paramétricas junto com meu caro amigo Adam Walker, quando chegou um homem na biblioteca setorial do centro de tecnologia da UFES, e comentou sobre o dito massacre em uma escola do Rio de Janeiro.
            Desde então, todas as notícias que obtive sobre o incidente vieram de forma indireta. Comentários sobre notícias que amigos meus assistiram na TV ou leram no jornal. Com exceção de uma ou outra informação que encontrei de maneira mais exclusiva e independente pela internet.
            Sobre o incidente em si, pouco desejo comentar. O jovem era virgem, sofria bullying por parte das meninas da escola dele (eis por que ele só matou um garoto por acidente). Ele era aparentemente adventista, muito ligado à mãe adotiva que morrerá faz pouco tempo e era esquizofrênico paranóico.
            Quaisquer informações excedentes, em minha opinião, já é embromação demais. Reviraram a casa do rapaz de um canto ao outro. Começaram a apresentar informações de relevância pra lá de duvidosa. Divulgaram sobre a dieta baseada em ovos que ele seguia. Ouvi comentários também sobre um suposto diário, o qual definitivamente se tornará livro, junto a comentários de algum psicanalista.

(Provável Capa para o livro: "Tiros em Realengo")

            O que me deixa embasbacado, de verdade, é a reação e a atenção exagerada que as pessoas dão a esse tipo de notícia. Tudo bem. Foi uma tragédia, é chocante, é aterrorizador pensar se fosse com um filho seu ou coisa do gênero. Mas seria certo abusar do ocorrido para vender mais jornais e aumentar o ibope?
            “As pessoas consomem, por isso a mídia aproveita e dá ao povo o que ele quer!”
            Muito bem. Há minha maneira de ver, ambos estão errados. Por mim, é uma ofensa à memória daqueles que morreram no massacre. Tremo só de imaginar alguém usando a minha imagem para promover um circo em torno de uma tragédia envolvendo a minha pessoa.
            Recordo muito bem, do caso da menina que foi atirada pela janela. Isabela. Seu nome é tão imortalizado quando será o rosto da foto exposta acima. As pessoas não vão querer esquecer tão cedo, o dia em que um brasileiro resolveu seguir o exemplo norte-americano, e teve seu próprio caso de vingança contra o bullying.
            Talvez as memórias mais trágicas, sejam de alguma maneira, as que mais nos marcam. Eu gostaria de pensar que não, mas talvez tudo isso seja um reflexo da realidade em que vivemos. Uma realidade onde a tragédia  tem maior relevância do que as nobres conquistas, e é bem simples entender por que.
            Tudo o que vêm para o bem, já vem atrasado. Toda boa atitude do governo, por exemplo, as pessoas não agradassem, dão salves e ironizam: “Já era hora!”. Os acontecimentos que nos favorecem, sempre enxergamos como de suma necessidade, pois não aceitaríamos nada menos do que o melhor para nós mesmos. Enquanto a tragédia, só fortalece nosso senso de injustiça sobre tudo o que ainda não nos aconteceu de bom.
            Se quisermos enxergar apenas o que nos acontece de ruim, chegaremos a terríveis conclusões sobre a vida em que vivemos. Poderemos até sustentar como verdadeira a hipótese de que estamos próximo ao fim de nossa existência, com tanta desgraça e “coisa ruim” acontecendo. Mas enxergar a realidade dessa maneira, eu peço desculpas a quem pensa dessa forma, mas é deveras uma forma muito limitada de enxergar o mundo, ou mesmo todo universo.
            As coisas já foram piores, muito piores. Tsunami no oceano pacífico? Terremoto no Japão? Revolução no Egito e na Líbia? Miséria na África? Por favor, não seja tão infantil!
            Ao passo em que regredimos na história, os abusos e o impacto dos mesmos na sociedade só aumentam na escala. Segunda Guerra Mundial, Holocausto, tudo bem. A partir desse ponto, já temos uma boa amostragem de como tiveram pessoas morrendo de forma cruel e insensata. Mas um pouco antes (ou depois), tivemos o forte impacto da guerra do Vietnã, onde ainda nascem crianças deformadas devido ao fator laranja. Tivemos a Primeira Guerra Mundial, cuja contagem de mortes não é tão relevante aos abusos cometidos pelas nações envolvidas nelas. O Imperialismo das nações européias na África de remete a quê? Escravidão. Escravidão negra, em larguíssima escala. Escravidão dos nativos americanos (extermínio na America do Norte). Colonização da Índia e China; destaque no imperador chinês viciado em ópio, e a luta sem armas de Gandhi.
            Pulando alguns séculos. Temos a perseguição religiosa promovida pela inquisição. A guerra das cruzadas entre os árabes e os templários cristãos. Peste Bubônica. E não desejo ir mais longe do que isso, pois é até onde minha memória me favorece sem a necessidade de procurar algum livro de história. Odeio fazer consultas enquanto estou escrevendo.
            Até esse ponto, será que já consegui mostrar o meu ponto? A Humanidade já passou por situações muito piores em termos de qualidade de vida e sofrimento do que está enfrentando agora. Portanto apontar catástrofes naturais e micro-guerras como sinais do fim dos tempos, é meio sem sentido.
            Agora que percebi, falei um bocado além do que pretendia. O que deveria ser uma postagem curta, rápido, um breve comentário. Transformou-se em outro monstro amedrontador (pelo menos para leitores mais preguiçosos).
            De resto, deixo aqui a carta original redigida pelo “franco-atirador”. Espero que tenha deixado clara a minha mensagem. Pouco me importei ou me sensibilizei com o ocorrido em Realengo. Mas muito me entristeci com a reação das pessoas à ocorrência.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Self

Eu bem que tentei pesquisar sobre o assunto o qual descobri já ter sido abordado no documentário Zeitgeist. Mas descobri que não viria a encontrar nada que me acrescentasse além de tudo que já fui capaz de enxergar por conta própria. Por tanto falo sobre o assunto com minhas próprias palavras.
Existem dezenas de vertentes, científicas, espirituais, religiosas e mesmo psicológicas para explicar o fenômeno do Self, mas eu prefiro adotar uma linha mais sócio-política. Dessa maneira, eu não precisarei incluir minhas próprias convicções espirituais, as quais são deveras restritas. Preferível constituir um texto a que qualquer pessoa seja capaz de ler, compreender e concordar, do que escrever de maneira que apenas uma meia dúzia possa compreender.
Durante as aulas de história, os alunos do ensino médio e fundamental são convidados a imergirem em realidades que em muito se distinguem do mundo que conhecem na atualidade. Vários costumes e hábitos do passado soam absurdos e de fundamentos incompreensíveis. Mas de todos esses confrontos ideológicos, me chamou a atenção um caso específico.
Durante uma das aulas sobre o socialismo soviético, minha professora explicava sobre como a União Soviética provia petróleo e vários outros suprimentos a qualquer outro país socialista, mesmo que não recebesse nada em troca. Um aluno inconformado levantou a mão e perguntou à professora, por que eles fariam algo como doar suprimentos se não fossem receber nada em troca? Eu voltarei na resposta dessa pergunta mais tarde.
Os anos setenta foram, dentro do século vinte, os anos da difusão do individualismo. Academias abriram para todos os lados. Todos voltados à dedicação e culto ao próprio corpo. Auto-Estima tornou-se sinônimo de boa aparência e forma física.
Conceitos consolidados pelo capitalismo, que obriga o indivíduo a desejar ser superior aos outros, buscando riquezas para despesas pessoais. O lucro se tornou a moeda chave nas relações sociais, pessoais, trabalhistas e mesmo amorosas. A mentalidade do “o que estou ganhando com isso?” tornou-se mais popular do que nunca.
  Foi então que se fez necessário construir conceitos psicológicos como o altruísmo e relacionar-lo com o tão esquecido sentimento de fraternidade. Como se o mais natural para o ser humano fosse desejar viver de maneira individualista e egoísta. (Acredito que não seja)
A que se remete a palavra Unidade: Fragmento ou União? Caso você tenha escolhido como resposta a primeira opção, é por que enxerga cada pessoa como um indivíduo isolado dentro do sistema social. Mas caso optou pelo conceito de união, é por que compreende que existe uma Unidade muita maior do que todos nós, e que abrange e comporta não apenas a humanidade, mas todos os seres vivos, assim como o universo no sentido geral.
Trabalhando em círculos de um diagrama de Venn, cada ser humano, como ser social, está incluso dentro de alguma forma de organização, grupo ou classe. Podemos exemplificar com as mais miúdas células, como o organismo familiar, composto por pais, avós, parentes, responsáveis e a prole. Até atingirmos esferas mais abrangentes, como o circulo religioso, ou mesmo a composição de uma nação (embora por vezes, seja menor do que o círculo anteriormente citado).
Estamos todos ligados por uma enorme rede, uma malha que traça as linhagens e relações que temos com todos os humanos do planeta, e também – por que não? – com todos os seres vivos. As consequências das atitudes de cada indivíduo dentro do corpo social, quando isoladas, parecem insignificantes. Mas quando analisadas em um contexto mais amplo, somadas, podem promover tanto o benefício quanto a condenação de todos nele inseridos.
Funciona na política, quando o voto de apenas um eleitor, certamente não muda o resultado da eleição, mas o voto de milhões combinados pode fazer grande diferença. É o fundamento por trás das campanhas ecológicas, onde a mudança de hábito de uma parcela significante da população, quando orientada da maneira correta, pode amenizar prejuízos ao meio-ambiente.
Muito bem, acho que já basta de exemplos sobre como a união popular pode mudar o rumo da história para o bem ou para o mal. A grande diferença está em perceber que você não depende de estar ao lado da maioria para fazer a diferença, basta tomar o lado que melhor lhe convir como o correto.
Vale à pena mudar sua atitude seguindo o que considera correto, ainda que se veja sozinho ao tomar tal direção? Particularmente, não acredito que deva existir remorso em lutar pelo que considera correto. O pulo do gato está em perceber que ao passo que o indivíduo toma a posição de mudar sua atitude da maneira que considera mais justa, já está contribuindo na sua parte para trazer melhores frutos à realidade que lhe cerca.
Estar em comunhão com a Unidade Superior (leia superioridade no sentido de abrangência, e não de posição) é um dos primeiros passos para contribuir com a evolução da mesma. Pode ser difícil a princípio para algumas pessoas que não são familiarizadas com o conceito do Self, visualizar essa como essa comunhão pode ser efetuada sem a consciência das outras pessoas deve parecer no mínimo fantasioso. (Conheço um exemplo notável)
A chave está em quebrar as barreiras impostas pelo próprio Ego. Parar de pensar apenas do que deve ser melhor apenas para você, e pensar no que deve ser melhor para todas as pessoas que lhe cercam. E mais adiante, por que não, pensar no melhor para todas as pessoas no mundo inteiro! Àqueles que não se intimidaram com essas idéias, eu sugiro que tentem entrar em comunhão com todo o universo, sem exceção.
Todo sistema é constituído por diferentes peças e componentes. No caso do Self é praticamente impossível contabilizar a infinidade de parcelas que o compõem.  Mas creio que é apenas ao passo que nos compreendemos como fragmento de uma Entidade Social Maior, que abrange toda a existência ao nosso redor, é quando compreendemos o efeito de enaltecer a nós mesmos em função de contribuir com essa Unidade Maior.
É a velha analogia das peças de um relógio. Para que um relógio funcione em sua plena precisão, é necessário que todas as pessoas estejam lubrificadas e bem ordenadas entre si. Enxergando a nós mesmos como componentes desse sistema, fica evidente a necessidade de melhorarmos a nós mesmos por dentro, para que possamos dessa maneira colaborar para a evolução e melhor operação do Todo que nos envolve.
E para aqueles que se queixarem da parcela dos outros, dizendo que pouco importa se eles mudarem sua atitude, se as outras pessoas não acompanharem, eu só tenho uma coisa a dizer: Cuide da sua parte, trabalhe com o que você pode mudar e para de querer mudar as outras pessoas! Existe um “provérbio” oriental que diz:

Quando pensar que deve sair de casa e mudar o mundo, dê três voltas em sua própria casa procurando qualquer defeito. Caso não encontrar nenhum, então não há por que se preocupar com o resto do mundo.”

Há que muitos virão a encontrar no conceito do Self a definição para muitas outras convicções filosóficas e religiosas. Poderíamos considerar o Self como sendo propriamente Deus? Teologicamente, eu afirmaria como um fragmento dele, sim. Mas àqueles que preferirem, tem outros nomes menos pragmáticos, como Consciência Universal, ou ainda Empatia Universal. Independente de seu sistema de crenças, não penso que existam pré-requisitos filosóficos para encontrar-se com o Self.
Para aqueles que já se conectaram com ele, peço que tenha paciência com seus irmãos. Cada qual tem seu tempo e há de que todos despertarão algum dia. Para isso, devemos continuar a trabalhar com nosso interior, de maneira a ajudar a iluminar o caminho daqueles que nos perseguirem futuramente.
Por último, eu respondo a pergunta de meu antigo colega de classe: Por que a União Soviética provia suprimentos aos outros países sem recebe nada em troca? Simples, por que ela sabia que era a coisa certa a se fazer.

sábado, 19 de março de 2011

Bittersweet Symphony The Verve


Pois é uma sinfonia da amargura da vida
Tente viver dentro de seus recursos
Você é um escravo do dinheiro e depois morre
Eu vou te levar pela única estrada onde já estive
Você sabe, aquela que te leva aos lugares
Onde todas as veias se encontram

Sem mudanças, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas estou aqui em minha forma
Estou aqui no meu molde
Mas sou um milhão de pessoas diferentes
De um dia para o outro
Não posso mudar minha forma
Não, não, não, não, não

Bem, eu nunca rezei
Mas hoje estou de joelhos, sim
Preciso ouvir alguns sons que identifiquem a dor em mim, sim
Vou deixar a melodia brilhar, limpar minha mente, me sinto livre agora
Mas as ondas do ar estão limpas e ninguém canta para mim agora

Sem mudanças, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas estou aqui em minha forma
Estou aqui no meu molde
Mas sou um milhão de pessoas diferentes
De um dia para o outro
Não posso mudar minha forma
Não, não, não, não, não
Não posso mudar
Não posso, mudar

Pois é uma sinfonia da amargura esta vida
Tente viver dentro de seus recursos
Você é um escravo do dinheiro e depois morre
Eu vou te levar pela única estrada onde já estive
Você sabe, aquela que te leva aos lugares
Onde todas as coisas se encontram

Você sabe que eu posso mudar, eu posso mudar
Eu posso mudar, eu posso mudar
Mas estou aqui em minha forma
Estou aqui no meu molde
E eu sou um milhão de pessoas diferentes
De um dia para o outro
Não posso mudar minha forma
Não, não, não, não, não

Não posso mudar minha forma
Não, não, não, não, não
Não posso mudar
Não posso mudar meu corpo
Não, não, não, não, não

Eu vou te levar pela única estrada onde já estive
Eu vou te levar pela única estrada onde já estive
Onde já estive
Já estive
Já estive
Já estive
Já estive
Você algum dia já esteve lá?
Você algum dia já esteve lá?


Tradução tirada daqui.

sábado, 5 de março de 2011

Carnevale – A festa da Carne

            Descendente de judeus por parte de mãe, nunca aprendi a apreciar a semana de carnaval. Nunca pulei carnaval. Não por que odeio todos os tipos de feriados religiosos, - maravilhoso estado laico esse em que vivemos, não? – mas por que meus pais foram adeptos a essa pratica. Eles sempre mantiveram a mim e minhas irmãs, trancados dentro de casa nesses períodos de festividade.
            Mortes no trânsito aumentam consideravelmente, devido ao aumento no consumo do álcool. E essa é uma das estatísticas que mantém minha família dentro de casa sem nos arriscarmos na alta estrada.
            Para muitas pessoas, o ano é dividido em duas épocas. Carnaval, e preparação para o próximo carnaval. Àqueles que não são carnavalescos, o ano é pautado pela proximidade do próximo feriado. O que vêm depois do ano novo? Carnaval, em seguida a sexta-feira da paixão, e etc.
            Não me esqueço da aula de história que tive sobre o carnaval, a Festa Vitoriana. Com seu surgimento no período da idade média, os senhores feudais, em união como clero da igreja, encontrou uma maneira inteligente de permitir aos camponeses uma forma de aliviar o estresse de um ano inteiro de trabalho e submissão.
            Uma semana antes da Quaresma – o período dentro da religião católica em que não se pode comer carne – os camponeses eram permitidos a pecarem de todas as formas que desejassem. Orgias e consumo alcoólico não compunham tão simplesmente o resumo dessa festividade, pois ela tinha também seu caráter satírico e debochado.
            Os camponeses se vestiam com roupas exuberantes – ainda que em nada se igualassem aos tecidos caríssimos dos senhores de propriedade – tinham com essa maneira, a intenção de debochar de seus patrões. A igreja era aberta, e nesta, era efetuada a missa do asno. Um deles assumia o papel de padre, enquanto todos os outros assumiam seus lugares, e todos moviam a cabeça para frente e para trás, imitando um rosnar de um quadrúpede – como os camponeses enxergavam seus mestres.
            Toda essa propriedade e significado foram deturpados e transformados em uma festividade comercial e desconexa. Como explicar os trajes de gala, com tanta pompa e exuberância? Ninguém, exatamente menos aqueles que estão envolvidos no coração de todo o movimento seriam capazes de explicar o significado dessa festa. É a festa do povo? A festa do samba? Cadê o samba?  Eu não o enxergo mais!
            Eu poderia continuar aqui delongando sobre o ultraje que essa festa representa para mim, mas dou agora voz a uma mulher que me fez lembrar o verdadeiro significado e valor da profissão dos jornalistas.
            Não mais, BOM CARNAVAL!


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Saindo da Matrix




            Eu pouco preciso comentar. Eduardo Marinho já diz tudo por mim nesses vídeos.

Loucos abrem caminhos que mais tarde são percorridos pelos sábios. – Eduardo Marinho

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

MEMES



            Eu bem que pretendia fazer a postagem inteira por meio da tirinha. Mas fiquei com preguiça. De maneira bem simples, só acrescento uma simples observação.

            Arte é uma forma de manifestação cultural livre e que caracteriza um grupo ou uma cultura em específico. No caso dos memes, eles representam a cultura que é propagada especificamente na internet. Aqueles que nela não estão inseridos, sobre ela certamente não têm nenhum conhecimento.
            A era digital chegou para abalar antigos conceitos sobre “direitos autorais” entre outras velharias. Primeiro, caiu do poder, as gravadoras. Queda iniciada pela divulgação do Nepster. Lojas de música, ou se especializam em instrumentos, ou acabam falindo.
            Agora, a produção artística e cultural já está se tornando algo de simples acesso para qualquer um que buscar. Cursos online de photoshop, programas de edição de vídeo e áudio são encontrados por todos os cantos. Remix de diversas músicas são encontrados às milhares pela web. Temo sinceramente pelo dia em que a produção textual e intelectual permitisse romper e ser divulgada em plena liberdade. À aqueles que não se adaptarem, estarão fadados a falência e torna-se-ao obseletos em muito breve. 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Big Bestas Brasileiros


charge elaborada por Antônio Marcos Oliveira Romeno 
(vulgo, A.M.O.R. - não olhe para mim, foi ele quem disse)



            Deveria ser uma quinta feira, ou era sexta, não me lembro bem. Meu companheiro fiel de vodka me chamou ir a sua casa. Pouco para fazer, todos meus outros contatos de forte relevância estavam fora da cidade naqueles dias. (algum feriado prolongado, que permitiu a todos viajarem)
            Agora me recordo de fato, era sexta feira. Eu até mesmo levei o notebook. Conversamos por um tempo. Ele me mostrou alguns vídeos da Kate Perry – seu novo fascínio – usando a entrada de vídeo de seu notebook para a televisão. A noite caiu, e nós não encontramos nada de mais interessante para fazer. Decidimos descer e comer na lanchonete do outro lado do quarteirão.
            Uma vez sentados à mesa e devorando, cada um, um cachorro quente self-service, eu percebi que a televisão estava sintonizada na Rede Globo, estava passando o Big Brother Brasil. Embora eu gostasse de estar mais concentrado no meu cachorro-quente, eu não podia deixar de entreouvir a conversa de Pedro Bial com os integrantes da casa. Frases como: “Eu acho que alguém ai bebeu demais na noite passada!”, “Fulana, você se lembra de quantos pães você comeu na noite passada?”, “Talvez alguém aí passou do ponto!”. Eu tive a sincera vontade de arremessar o meu lanche na direção da televisão, ou a garrafa de coca-cola, ou mesmo a minha cadeira junto com a mesa de plástico.
            Sexta feira eu fui jogar Poker. Agora me lembro melhor. Aqueles vinte reais que deixei passar tão próximo da premiação são inesquecíveis. Fiquei em terceiro lugar, revoltado, mas sem derramar lágrimas por conta disso. Então era uma quinta feira. Não acompanho para conhecer ou entender a mecânica, mas parece que quarta feira é dia de festa naquele laboratório de ratos imundo chamado “Big Brother Brasil”.
             Vendido para redes de televisão por todo o mundo, “O Grande Irmão” tem olhos e câmeras em quase setenta países. Um reality show da mais baixa classe, e muito pouco compreendido em relação à mensagem que ele transmite.
            Quinze participantes entram em uma casa, e de lá, apenas um sairá com um prêmio atualmente estimado em 1,5 milhões de reais. A cada semana, dois participantes são postos à votação popular para serem eliminados pelo voto... espere um pouco! Por que eu estou me dando o trabalho de explicar como esse programa funciona? Qualquer brasileiro com acesso à internet e com televisão em casa sabe explica sobre todas elas muito melhor do que eu! Além do mais, a única autêntica regra naquela casa é: NÃO EXISTEM REGRAS!
            Nunca compreendi como um dito “jogo” poderia ter tantas viravoltas e distorções de regras operadas pela produção do programa. Eu bem entendo o propósito. Manter a emoção, caso contrário o programa fica tedioso e repetitivo. É bem fácil levar um grupo de pessoas a definharem próximas à loucura e devaneios emocionais, quando são postas em situações tão drásticas e desestabilizadoras. Mas nem mesmo o diabo, o bom e velho jogador dos filmes de fantasia e terror psicológico, seria capaz de mudar tanto as regras que ele mesmo estabeleceu. Tenho uma novidade para o Boninho; o programa já é um tédio desde a primeira edição, mudar o jogo ou colocar mais participantes aleatórios, não vai mudar em nada!
          Esse programa é transmitido em países como Alemanha, Reino Unido, Itália, Holanda – mas não na França, Deus salvou os franceses dessa tortura. E isso me faz pensar. Se fosse uma exclusividade brasileira, não haveria questionamentos quanto os motivos que levaram o programa a fazer tanto sucesso, e ainda perdurar por tantas edições. Mas pensar que o povo europeu, com uma cultura tão mais rica, com um ensino tão mais qualitativo, como eles poderiam consumir tal abominação intelectual?! A explicação – e essa eu bem elaborei de última hora – é uma metáfora bem alegórica. A mais terrível de todas as metáforas sobre a vida e nossa sociedade capitalista.

            Winston Smith dividia com outras pessoas uma cela completamente branca no subsolo do Ministério do Amor. (para quem não leu “1984 – George Orwell” eu digo que sinto muitíssimo, mas bem que já passou da hora!) Os prisioneiros não podiam fazer qualquer forma de contato e interação uns com os outros.
Caso tentassem se aproximar ou saírem da posição orientada – sentado ereto e olhando para frente – a tele-tela apitava e uma voz metálica, ainda que feminina, ordenava o prisioneiro a voltar para seu lugar de origem. A porta se abre, dela entram alguns oficiais da polícia do pensamento. Um deles, aponta para o prisioneiro mais próximo à porta e diz: “Para o quarto 101”.
O prisioneiro esperneia a grita: “Não! Não o quarto 101! Por favor, eu faço qualquer coisa! Eu falo o que você quiser! Eu faço o que você quiser, mas não o quarto 101!”. Impiedosos, os guardas o arrastam para fora da cela. E a porta se fecha atrás do último oficial.

            O que representa um prêmio de 1,5 milhões de reais? Uma vitória? Uma vitória financeira? Muitos são os que gostariam de participar deste programa. Querem ter a oportunidade de teoricamente tornar-se milionários, largarem os empregos entediantes para uma vida de suposta comodidade, fama e glamour.
            Mas para que haja este vencedor, deve haver muitos perdedores no meio do processo. Provas e testes que não se compreende em plenitude. Quaisquer habilidades pessoais, ou preparações técnicas, são completamente inúteis e irrelevantes quando se trata sobre essa roleta russa coletiva. Os ditos “Brothers”, precisam se desdobrar em tarefas irracionais e sem nexo. Para no fim, estarem lançados aos desejos e vontades dos produtores. Pois eu não tenho medo de afirmar, que a votação popular é totalmente descartada para determinar o vencedor. Estatísticas são todas forjadas e inventadas. Como pode um programa cuja audiência só permanece caindo, apresentar em cada edição, um novo recorde de telefonemas e votos?
            Pessoalmente, quando assistia qualquer uma dessas provas e testes, “prova do líder”, “prova do anjo”, “prova da comida”, tudo o que podia observar era merchandising! Eu via anúncios de diversos patrocinadores aleatórios. Parece que nada dentro daquela casa pode existir ou ser feito ou executado sem ter o selo de alguma marca ou empresa estampada de alguma forma.
            Esse espetáculo representa nada mais que uma sátira a respeito de nossa sociedade capitalista, onde o sucesso de um, significa o fracasso e a submissão sócio-econômica de outros mil, no mínimo. O Grande Irmão serve como uma perfeita alegoria a respeito das pessoas por trás de todo “o jogo”. Os jogadores somos nós mesmos, o Líder é aquele que se faz eleito de maneira teatral, mas quem controla o jogo é a mão oculta, mais poderosa que o Líder, e qualquer outra força visível aos olhos dos jogadores. O homem que trás a sentença para condenar os eliminados, só é visto pelo televisor, e encontrado pessoalmente apenas após o momento da vitória, ou eliminação.
            Admitam, é uma bela de uma metáfora. Mas eu trago maior infelicidade ainda na conclusão desta analise. Haverá, sim, a décima segunda edição, tão bem como a décima terceira, e a décima quarta. A única coisa capaz de impedir uma décima quinta edição é um eventual apocalipse em 2012. Chorem, ou atirem tomates, é a triste verdade.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Retalhos - Craig Thompson


Thompson retrata sua própria história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha de Wisconsin, no centro dos Estados Unidos, que parece estar sempre coberta pela neve. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus – transmitido por sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê -, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho.
Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina – uma garota vivaz, de alma poética e impulsiva, quase o oposto total de Thompson – com quem começa a relação que mudará a visão que ele tem da família, de Deus, do futuro e, enfim, do próprio amor.

Essa grafic novel é em minha opinião, um apelo e denuncia sobre as consequências de se viver imerso em uma religiosidade doutrinada pelo medo e pela promessa de uma salvação.
Não viso esse como uma forma de afronta ou ataque à igreja católica, mas como um belíssimo relato pessoal de Craig Thompson a respeito de suas próprias experiências, enquanto viveu pela doutrina cristã e sobre a maneira como se desprendeu desta.


Intercalando relatos sobre sua infância e adolescência, o livro enfatiza o sentimento sobre dormir ao lado de outra pessoa. Descreve de maneira poética a forma como nossa mente pode ser transformada pelo sentimento do amor. Amor que por vez nos leva à loucura, mas também pode nos livrar da mentira, despertando a sinceridade e sensatez quanto aos nossos próprios sentimentos e a maneira como lidamos com eles.
Recomendo para qualquer pessoa, mas principalmente àqueles que não se importam de ter sua religiosidade e concepções pessoais questionadas. Permitam-se refletir sobre a realidade cruel que enfrentamos desde o momento em que nascemos até a hora de nossas mortes: Por estamos aqui? Quem nos colocou nesse mundo, e para onde vamos depois de morrermos?


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Amor por contravenção

Qual é o preço do amor
O preço de viver esse ardor
O soldo do bom lutador
Para suportar todo o calor

Mas como é quente essa energia
Trás ao meu mundo a fantasia
Citando mil versos em romaria
A quem sem dor eu amaria

Não há prosa uma vez posta em verso
Ainda ocupando a folha até o inverso
Que não traga em si todo um universo
Declarações de um amor tão controverso

Mil milhares de metros distante
Separa-se uma paixão atordoante
Acendem luzes de um amor brilhante
No céu transpondo a estrela cintilante

Tempos que eu não postava um poema, (temos que eu não posto nada) mas esse poema surgiu em um momento de aperto e fulgor. (coisas que outros dão o nome de inspiração)

domingo, 30 de janeiro de 2011

CultoMente



Você não gostaria de ter seguidores devotos? Que deixarão suas famílias por você; darão todo o dinheiro para você, darão seus corpos, suas vidas, o considerará um deus?! Não gostaria de se tornar um líder de culto?
Desde a morte de Deus, tem-se aberta uma vaga, e você pode preencher essa vaga. E ai lhe mostro como:
Estruture o seu culto como uma cebola, com os mais benignos e prestativos membros na camada externa, e os mais controladores e perversos em um grupo mais interno e isolado.
Use dissimulação. Não diga a eles quem você realmente é. Minta, omita informações importantes ou distorça as informações:

Novato: “Você está tentando me recrutar?”
Membro: “Não, só quero dividir uma coisa importante com você.”

Estabeleça grupos de fachada:

Membro: “Nós somos um grupo de estudo da bíblia.”
Membro: “Nós somos um centro de meditação.”
Membro: “Nós somos uma organização de Paz Mundial.”
Membro: “Nós somos um centro de Desenvolvimento Pessoal.”
Membro: “Nós somos drogados em reabilitação.”

Prometa realizar seus sonhos:

Membros: “Você não deseja um mundo de amor e irmandade incondicionais?”
Membros: “Nós temos os segredos para o enaltecimento pessoal.”
Membros: “Você pode se juntar a nós e tornar-se especial.”
Membros: “Se junte à nossa iniciativa para salvar o mundo.”
Membros: “Nós podemos lhe ensinar poderes especiais.”
Membro: “Poderes pessoais... Poderes psíquicos... Conexões com vidas passadas.”

Ofereça algo de graça a eles, e  tente lubridiar-los a oferecer-lhe algo em troca:

Membro: “Nós o demos aquele jantar gratuito. O mínimo que você poderia fazer é se juntar a nós em um encontro nesse final de semana.

Você pode dizer a eles que o tempo está se esgotando, e eles precisam decidir logo ou será tarde demais:

Membro: “Essa é sua única chance de conseguir, não pise na bola!”
Membro: “É importante que faça esse compromisso, agora!”

Não os dê tempo para pensar. Diminua possibilidades de dúvidas e questionamentos, simplesmente afastando os novos recrutas e os cercando por membros convictos do culto. Pois quando estiverem em dúvida, os novatos farão exatamente o que os outros à sua volta estiverem fazendo, e acreditarão que tudo isso é normal.
Começo com um período prolongado de “bombardeiro de amor”. Os envolva com amor incondicional e atenção. Os membros do seu culto devem agir de maneira amigável, e mostrarem interesse pelo novato. Adquira informações e ataque seus pontos fracos:

Membro: “Conte-nos sobre você.”
Membro: “Faça esse teste de personalidade.”

E então use essas informações para manipular-los. Com o tempo você será capaz de manipular o comportamento de seus membros e de culto garantindo e mantendo intenso amor e atenção. Assim que eles cederem a isso, comece a fazer exigências com mensagens imperativas:

Membro: “Nada nesse mundo tem valor, a não ser que esteja ligado ao líder ou ao objetivo maior.

Controle seus comportamentos:

Membro: “Venha morar conosco.”
Membro: “Vista essas roupas.”

Prescreva um cronograma rígido de lições e práticas que eles devem seguir invariavelmente. Mantenhamos ativos e dormindo o mínimo possível. Se possível, controle a alimentação deles diminuindo as proteínas do cardápio. Controle seus pensamentos:

Membro: “Nossa ideologia responde todas as perguntas sobre todas as questões.”

Controle suas emoções. Induza culpa:

Membro: “Pessoas estão morrendo de fome!”
Líder: “Você não está vivendo em todo o seu potencial!”

E Medo:

Membros: “O inimigo irá eletrocutar-lo... Torturar-lo... Matar-lo... Ou mesmo arrastar-lo para o Inferno!”

Controle a informação. Evite-os e conhecer todas as atividades do culto. Bloqueie qualquer informação que seja crítica sobre o grupo. Encoraje os membros a espionarem e denunciarem uns aos outros.
Separe o membro dele mesmo, induzindo ataques à própria pessoa por meio de colapsos mentais. E quando de fato ocorrer, disfarce isso como uma forma de despertar espiritual. Quando eles começarem a enlouquecer, demonstrando qualquer efeito colateral ou mesmo tendo alucinações, diga que eles estão eliminando os demônios internos.

Membro novato: “Quando eu estava meditando, eu senti a imensidão do vazio. Foi assustador!”
Membro: “Não, isso é bom. Você está se transformando, faça isso mais.”
Membro: “Você está renascendo!”

Torne-os paranóicos com relação ao próprio corpo ou maneiras de pensar:

Membro: “Você está em guerra com sua natureza harmônica.”
Membro: “Seu corpo está muito intoxicado.”

Diga que existe uma parte de suas mentes que eles devem eliminar em detrimento de encontrar a felicidade:

Membro: “Você deve de eliminar a mente poluída.”
Membro: “O seu Ego, o seu Ego é a fonte de todos os seus problemas.”
Novato: “Eu não sei mais quem eu sou!”
Líder: “Excelente! Agora você é livre.”

Clame autoridade. Ela pode vir de uma fonte divina:

Líder: “A sua bíblia claramente refere que eu sou o Messias.”

Fale a respeito de supostas evidências científicas:

Líder: “A ciência comprovou, os meus métodos funcionam!”

Ou apele para “conhecimentos especiais”:

Líder: “Eu sou o mestre iluminado de todo o universo.”

Invente estórias sobre você mesmo, para tentar aumentar e reafirmar a sua importância:

Líder: “Eu inventei o ar!”
Líder: “Eu tenho acesso especial aos alienígenas.”

Mas não seja estúpido dessa maneira, comece devagar. Um bom charlatão pega um pouco de verdade junto a um monte de mentiras e posa para os olhos dos ignorantes.
Induza estados de transe e auto-hipnose. Praticando rituais de não-pensamento e ações repetitivas. Como dançar, girar, cantar, respirar pesadamente e entoando mantras. Pratique longas horas de meditação, pois dentro desses estados de transe, eles se tornam mais vulneráveis e sugestivos.
Encoraje separação de suas famílias:

Líder: “Seus amigos e sua família não vão te compreender.”
Membro: “Seus amigos e sua família não vão te compreender.”
Membro: “Não parece que sua família e seus amigos de fato o amam se eles não podem apoiar a sua nova decisão.”
Membro: “Talvez devesses se afastar deles. Não é saudável estar perto de pessoas não iluminadas de qualquer maneira.”
Membro: “Se você não pode recrutar seus amigos, se afaste deles.”
Líder: “Pare de gastar seu tempo com descrentes!”
Membro: “Pare de gastar seu tempo com descrentes!”

Encoraje dependência e conformidade. E desencoraje autonomia e individualidade:

Líder: “O propósito maior deve de ser o foco. Os propósitos individuais devem ser subordinados.”
Membros: “O propósito maior deve de ser o foco. Os propósitos individuais devem ser subordinados.”

Tenha sessões de confissões, onde os membros condenam suas vidas passadas e enaltecem suas vidas dentro do grupo. Reescreva o passado como terrível, ainda que ele tenha sido maravilhoso:

Membro: “Antes que eu viesse a despertar, eu era uma pessoa ruim. Eu era ganancioso, dissimulado, egocêntrico e perdido. Minha vida é maravilhosa agora. Eu odeio a minha vida antiga.”
Membro: “Antes de me despertar, eu vivia dentro do meu Ego. A minha mente tóxica estava dirigindo a minha vida. Eu era uma pecadora, negativa e perdedora. Graças ao Líder, todos os dias, eu sou uma vencedora.”

Isole-os do resto do mundo. Faça-os se sentirem parte de uma espécie de “grupo de elite” com uma missão especial:

Líder: “Monumentos históricos será um dia levantado em memória de nosso sacrifício em nossa missão.”

Fortaleça os laços dentro do grupo, estabelecendo metas e apontando inimigos. Construa a imagem sobre quem não pertence ao grupo como “menos do que humanos”, piratas, corruptos ou conspiradores contra a causa maior. Desenvolve uma mentalidade de “nós” contra “eles”, combatendo resistências. Diga a eles que seus pensamentos críticos são evidências de que eles têm cometido crimes contra o grupo. Comece a investigar-los e invente assim, crimes de diversas qualidades:

Membro Novato: “Eu acho que quero sair.”
Membro: “Você deve estar louco!”

Faça-os sentir culpa:

Membro: “Nós estamos fazendo um trabalho importante aqui!”
Membro: “Você espera que salvar o mundo seja fácil?!”
Membro: “Nós todos estamos dispostos a fazer alguns sacrifícios pela Grande Causa!”
Membro: “Justo quando as coisas ficam difíceis, você deseja desistir.”
Membro: “Você é fraco!”
Membro: “Você deseja seguir para frente em direção à liberdade e iluminação? Ou prefere voltar à sua vida de perdição?”
Membro: “A doutrina é infalível!”
Membros: “Deve haver algo errado com você.”
Novato: “Deve haver alguma coisa errada comigo!”
Membro: “Sim, e há!”
Líder: “Sim, existe sim!”

Doutrine pelo medo. Diga que eles podem ser possuídos por espíritos malignos! Eu sugira que caso eles desejam sair, algo muito ruim possa acontecer a eles:

Líder: “Estou apenas lhe alertando. Sem a nossa companhia, a sua vida só vai piorar. Você pode ficar doente, ou até mesmo morrer.”
Membro: “Estou apenas lhe alertando. Sem a nossa companhia, a sua vida só vai piorar. Você pode ficar doente, ou até mesmo morrer.”

É simples assim! E agora? Não gostaria de se tornar um líder religioso? Não deseja seguidores devotos, que deixaram suas famílias por você, darão todo dinheiro para você, seus corpos, suas vidas e mesmo MATARÃO por você:

Novo Membro (convicto): “Eu farei o que você me ordenar pela causa. Eu deixarei minha família pela causa. Eu darei meu dinheiro pela causa. Eu lhe darei meu corpo pela causa. Eu morrerei pela causa, eu matarei pela causa. EU TE AMO!”

Foi mais uma tradução DAQUELAS! Não foi tão difícil, mas o inglês é uma língua muito condensada. Ela transmite e curtíssimas palavras conceitos que precisam de frases enormes no português.
Essa postagem vêm a condensar junta a outras postagens que tenho feito carregando certa crítica em relação às instituições religiosas. A mentira e a falácia a respeito das igrejas. 
Igreja, pela definição dada no livro de Matheus, é a morada do Senhor. E essa morada, é nada além de dentro dos nossos corações. Mas veja bem, eu não sou cristão, afirmo isso com base nos meus estudos sobre a bíblia que tanto repudio. É realmente chato ensinar padre a rezar a missa, mas eu preciso me expressar sobre as ilusões e tentações que tem se armado no mundo, tentando nos induzir a um falso despertar, e uma armadilha para nossas mentes, nossos corpos, e nossas vidas como um todo.
Prezo pela saúde e proteção de todos a quem conheço. E por conta disso, penso que para se protegerem de qualquer forma de abuso e violência mental, a melhor forma de proteger-los, é lhes fornecendo conhecimento. Conhecimento sobre essas técnicas de ilusão e auto-indução pode lhes conceder justamente o que precisam para criarem defesas e barreiras contra qualquer forma de fanatismo e ludibriação.