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sábado, 13 de novembro de 2010

Oh rapaz, fecha as asas!

            Comecei com um simples exercício onde eu prendia a minha respiração por cinco segundos e depois esvaziava meus pulmões, repeti por cinco vezes. Depois voltei a respirar normalmente seguindo um exercício de meditação simples, me concentrando na minha respiração. Aos poucos senti meus braços se perderem entre o colchão e o lençol, minhas pernas seguiram no processo. Quando senti que estava próximo do estado desejado, comecei a expandir.
            Enviei energia para todos os lados, para amigos que a muito não via, para amigos que precisam de mim, mas eu não posso estar lá para ajudar-los. Meus braços começaram a expandir (sempre começa com os braços) até que o inesperado aconteceu. Eu senti uma onda de energia me atingir pelo estômago, e logo ela se espalhou por todo meu corpo. Era o estado que eu desejava alcançar, sentindo meu corpo cada vez menos, eu projetei uma corda no teto de meu quarto e então comecei a puxar a mesma na minha imaginação. Como resultado, eu senti a pressão da corda na palma de minhas mãos, meu coração começou a bater muito forte em meu peito. Sentia como se o meu corpo fosse oco, com exceção do meu coração, que batia pesadamente em meu peito.
            Como se não bastasse o esforço para controlar o meu coração, eu ainda sentia o músculo de meus braços tentando tencionar-se. Ainda que estivesse sentindo aos poucos minhas pernas se elevarem, como que desejando deixar meu corpo sem sucesso, e mesmo quase sentindo o meu torso abandonar meu corpo, eu forcei a minha saída do transe.
            Frustrado por mais uma noite, eu decidi que já passou da hora de escrever com seriedade sobre as minhas recentes experiências. Não, eu não desejo falar sobre viajem astral, eu desejo falar sobre um assunto demais intrigante mesmo para mim (intrigante para mim? Imagino para você!). Estou a falar em um assunto que envolve a teoria da reencarnação.
            Allan Kardec afirma em seus livros (falo isso por confiança no estudo de terceiros) que ao perguntar aos espíritos superiores a respeito do universo e a maneira que se organiza, os mesmos responderam que existe diversas dimensões carnais. Como na idéia de realidades paralelas, os espíritos transitam em encarnações em diferentes mundos, e cada mundo se encontra em um diferente patamar de evolução espiritual.
            Parte-se então da premissa de que é possível para seres de outros mundos encarnarem em nosso mundo, mas na forma de vida física de um humano, ainda não seja um humano. E como denominar seres de outros mundos encarnados como humanos no mundo em que vivemos? Trato agora sobre o assunto que não posso mais ignorar dentro do universo das minhas prosas, Otherkins.
            Pouco se fala ou se comenta sobre eles, os mesmos são muito reservados. Segue aqui, o trecho retirado de um fórum paranormal a respeito do assunto:

Otherkins: é uma sub-cultura de pessoas que se identificam como não-humanos.
As essências mais conhecidas são 10.
Anjos, Demônios, Dragões, Elfos, Fadas, Harpyas, Humanos, Licantropos, Ranianos e Vampiros.

(...)

Um otherkin é basicamente uma pessoa que não consegue se adaptar as características de sua espécie e se sente deslocado no meio da sociedade. Não existe tradução literal dessa palavra para português, mas a melhor definição seria "de outra parentela" ou "de outra espécie"

Muitas pessoas que se reconhecem como otherkin acham que têm origem em outros mundos ou dimensões (isto é, nasceram neste planeta com um corpo físico mas não sentem sua essência como sendo humana e sentem que vieram de outro tempo / dimensão).

Características básicas de um otherkin:

>O sentimento comum a todo otherkin é "Não sou daqui".
>Aparenta ser mais jovem (+ ou - 5 anos).
>Se sente mais espiritual e/ou mental do que material.
>é atraí do por algum tipo de droga; usa, já usou ou pensa em algum dia experimentar.
>Tem variações bruscas de humor, por exemplo, num momento você está feliz e no minuto seguinte está super deprimido, depois fica bem de novo em pouco tempo.
>é desligado (mas não alienado).
>Não suporta sentir frio e / ou calor excessivo, ou em outros casos tem grande resistência í temperaturas extremas.
>Quando viaja prefere visitar lugares que poucos visitam, de preferência estranhos e exóticos, e quanto mais longe melhor.
>Curte chuva.
>Geralmente tem nojo de carne, principalmente vermelha, e muitos são vegetarianos.
>As vezes sente vontade de fugir para um lugar que não sabe exatamente onde fica nem o que é.
>Alguns pensam as vezes que seria melhor morrer logo (mas não necessariamente se matar).
>Sente-se atraí do por cemitérios.
>Sempre acha que vai ser parado pela polícia na rua, mesmo que não tenha motivo nenhum pra isso!
>é interessado em ufologia, filosofia, astrologia, ocultismo, magia, viagem astral ou qualquer outra ciência do desconhecido.
>Não suporta violência de qualquer espécie, é raríssimo se envolver em luta física.
>Tem aversão a pessoas rudes e grosseiras.
>Quase sempre tem conflitos de relacionamento em casa, na escola e / ou no trabalho.
Se sente deslocado em reuniões de família.
>Não se adapta as características culturais vigentes da sua cidade / país, principalmente as mais populares.
>Tem inteligência acima da média, podendo chegar a genialidade na área onde atua.
>Tem mais facilidade de se relacionar com outros otherkin.
>é ligado em artes (música, cinema, arquitetura, design etc).
>Não gosta de trabalhar em empregos normais; odeia trabalhos braçais, robóticos e mecânicos.
>Não curte academias, ginástica, musculação, exercício físico sistemático.
>Curte visual próprio e estilo único, através de roupas diferentes, cabelos coloridos, dreads, tattoo, piercing etc. Otherkin tem pavor de caretice.


            As características apresentadas acima poderiam ser agregadas a algumas específicas tribos urbanas, como os dark ou os punk. Mas é necessário separar e evitar a confusão quando se fala sobre otherkins.
Quando se tem sintomas de estar com dengue, parte-se da hipótese de que o paciente pode estar contaminado com o vírus da dengue, mas também não invalida a idéia de que ele pode estar sofrendo de qualquer outra doença cujos sintomas ainda não se manifestaram na totalidade. Ou ainda, o paciente não tem qualquer doença nem contaminação alguma, está manifestando sintomas com causas supérfluas.
Analogamente, não é por que uma pessoa possuiu as características citadas acima que ela é necessariamente vista como um potencial otherkin. Os “sintomas” acima podem ter fundamentos psicológicos completamente diferentes da que daria fundamento para apontar-lo como um otherkin. Mas também não é por que possam existir outras explicações que a possibilidade de ela ser um otherkin é invalidada.
Mas o que significa ser um ser não humano no corpo de um humano? Primeiro, se tal hipótese é real, ela validaria ou pelo menos reafirmaria ainda mais a hipótese da reencarnação ser verdadeira. Pois é um pouco difícil imaginar alguém desenvolvendo uma essência não humana dentro de um corpo humano. É claro que essa essência poderia sofrer alterações ao longo do tempo, mas para esse caso, não seria possível classificar as diferentes “mutações” em grupos pré-organizados. Pois cada essência seria totalmente distinta das outras. Estamos aqui falando de pessoas que afirmam não terem nascido completamente humanas, mas que em um dado momento em suas vidas despertaram para a sua real natureza. Humanos em corpo físico, outra coisa em corpo astral. Sim, astral. A idéia é a de que quando você se projeta no plano astral, você pode finalmente ver a sua essência, pois o seu corpo astral se distingue do de qualquer humano natural em cor, e mesmo em forma.
Como sou bom estudioso, hoje montei um dos circuitos mais chatos e confusos que já conheci de perto (embora não seja grande coisa, e a idéia fosse “roubada” de outros). A coisa não funcionou bem da maneira que eu esperava (a luminosidade não era a mais apropriada). Confuso, porém ainda contente, eu me despedi de minha colega e fui andando para casa debaixo de uma chuva leve, mas ventando frio.
Como bom estudioso que sou pretendo me projetar no plano astral, e ver com meus próprios olhos o que já afirmaram para mim, mas eu preciso poder ver com meus próprios olhos. Quanto a aqueles que se interessarem em se projetarem também, eu desejo boa sorte e que não desanimem com as sucessivas falhas e fracassos. 


http://www.ceaec.org/    http://www.viagemastral.com/

4 comentários:

  1. Da-lhe Gun.... tah metendo a fuça nos estudos otherkins... vamo q vamo...

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  2. Isso ae......
    Vamos levar a luz aonde só há escuridão.

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  3. Ótimo texto, ótimo ssunto... Muito interessante mesmo. É uma pena que o blog não seja tão acessado quanto deveria.

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  4. texto muito bom, parabéns!

    Me instiga a curiosidade o fato da sua descrição de sensações enquanto meditava, no início do texto, serem extremamente similares às sensações que eu tenho no mesmo estado meditativo... Fiquei pensando se a descrição que você fez no início possa ser comum aos que tem asas, ou à qualquer um.
    Saudações!
    Harpya Lokabrenna.

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