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domingo, 7 de novembro de 2010

Odeio pijamas

            Foi mais uma noite daquelas. Sonho dentro de sonho dentro de outro sonho (totalmente ao estilo “A Origem”). É cansativo. Eu durmo quase 10h horas nas noites em que esses sonhos malucos me abatem.
Eu sonhei que estava tentando dormir, mas que uma entidade sinistra não desejava me deixar dormir. Eu acabei conseguindo dormir (dentro do sonho) entrando, portanto, dentro de outro sonho, mas fui arrebatado deste, por conta da entidade sinistra do sonho anterior. Voltando ao sonho original, eu passei um dia inteiro (dentro do sonho) tentando descobrir o que era que estava tentando me impedir de dormir.
Na noite seguinte (do sonho!) eu estava tentando dormir, mas a entidade não queria me permitir, perturbava o meu sono. Eu consegui dormir novamente e sonhar, mas novamente a entidade sinistra me acordou tenebrosamente.
Na terceira noite, eu descobri qual era o mistério por trás da entidade sinistra, e era uma questão de álgebra linear! Indignado e perplexo, eu acordo para o “mundo real”, e fico ainda alguns minutos na cama tentando encontrar outro vetor para encaixar no conjunto e compor uma base para a quarta dimensão.
A temática dos sonhos veio à tona nos meus pensamentos dentro das últimas semanas. Desejava estar agora tratando de outras temáticas para o meu blog, mas é que essa daqui não tem como mais adiar.
Muitos já tentaram interpretar-los. Freud pensou se tratar de desejos íntimos reprimidos. A neurociência dos tempos atuais diz tratar de conexões aleatórias de áreas do nosso cérebro que conscientemente não estão ligadas umas às outras. O que nos permite degustar um som, ou mesmo ouvir uma paisagem.
Eu pessoalmente prefiro dar uma interpretação deveras mais esotérica ou no mínimo espírita para a coisa. Nada se relaciona a religiões ou teísmos o que estou para dizer. Trata-se apenas de uma ciência pouco explorada, sem comprovação, mas que a meu ver não é descartável. Do contrário, merece ser avaliado com muito carinho e atenção.
Muitos descrevem coisas espírito e alma como propriedades inexploráveis pela ciência empírica. Talvez de fato o seja, mas eu vou tentar tratar da idéia no campo mais filosófico possível. Utilizemos uma terminologia diferente, vamos falar sobre a consciência.
Imagine que o mundo, o universo e a realidade são compostos por dois hiper-universos distintos um do outro. Um deles representa o plano físico, o outro o plano da abstração. O plano da abstração que vou tratar como o plano onde está a nossa consciência. Sendo então, os nossos corpos são meramente projeções do plano da nossa consciência dentro do plano físico. Para ajudar a visualizar, pense nos jogos de MMORPG. O mundo virtual desses jogos representaria o plano físico, e o mundo real onde vivemos representaria o plano da nossa consciência. Desta forma, o nosso avatar dentro do jogo é nada além da nossa projeção dentro do plano virtual do jogo. E esse dito plano virtual, é o espaço e o veículo que nós temos normalmente para interagirmos com as outras pessoas, por meio dos avatares das respectivas.
Dado a analogia, fica simples imaginar o plano virtual do jogo, como o plano físico da realidade, e o plano de vida do jogador, como o plano da consciência, o plano que se projeta sobre o outro, para permitir a interação entre as pessoas. Sim, o seu corpo físico é o seu avatar. A esse ponto, você pode muito bem chamar o seu consciente de alma, caso julgue necessário. Essa é a maneira com que eu interpreto a existência como um todo. Um plano se projetando sobre outro.
Mas para aqueles que devem estar pensando:
“Espere um momento. Nos jogos online, eu tenho uma vida dentro do jogo, por meio do meu personagem, ou avatar que seja. Mas eu também sigo com uma vida completamente diferente no mundo real. Mas se o mundo real é o plano da projeção, quando é que eu vivo a minha vida no plano da consciência?”
Espero que a essa altura você já tenha encontrado a resposta. É por meio dos sonhos que vivemos a nossa outra vida! Mesmo de maneira filosófica apenas, os sonhos compõem um universo totalmente paralelo à nossa realidade compartilhada. Dentro deles, podemos tomar a forma que desejarmos. Dentro dos sonhos, tudo o que compõem o nosso universo individual ganha vida, eles fazem parte do processo que nos ajuda a construir os nossos conceitos a respeito da realidade da “vida real”. Utilizo aspas, porque em minha opinião, os sonhos são mais reais do que a vida fora deles. Não pela veracidade, mas por nos mostrarem a verdade nua e crua a respeito da nossa existência. Não existe ordem absoluta no universo. Não existe nenhum arbitro regente coordenando os acontecimentos. Estamos todos jogados soltos dentro de nossas próprias subjetividades.
A maneira com que enxergamos o mundo tem mais influência do que imaginamos. Caso acreditemos que algo seja impossível, então nunca alcançaremos tal ideal. Caso todos acreditem que os problemas que nos envolvem são incorrigíveis e irreparáveis, como é que esperamos poder melhorar a realidade que nos cerca? Não basta sonhar com melhorias, precisamos acreditar nelas, assim como acreditamos estar fazendo coisas incríveis e impensáveis, quando não tomamos consciência de estarmos meramente sonhando.
Não podemos deixar nos abater e pensar que tudo a nossa volta está fadado ao fracasso. A realidade em que vivemos é uma mentira, nossos sonhos provam isso. Não me peça que acorde para a realidade, pois peço primeiro que olhe à sua volta e me responda: “Você se lembra de como veio parar aqui?”

3 comentários:

  1. Aew é nois q voa bruxão!
    Você ganhou um selo!
    http://vingadores-vg.blogspot.com/
    O selo ta ai no meu blog, pega e segue as regras, se vc quiser né^^

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  2. Fala Gunter.
    Tenho uma indicação de filme para você: chama-se "waking life". Se por acaso você já o tiver assistido vale a pena assistí-lo novamente, principalmente quando estes distúrbios sobre o sono e sonhos vêm à tona.
    Abraço.

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  3. Vlw pela recomendação, vou procurar assistir ^^

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