Páginas

sábado, 20 de novembro de 2010

Fala que eu estou te vendo

           Pouco tempo depois de conseguir arrumar um emprego que lhe rendia dez salários mínimos, meu pai já estava bem instalado na área de centro de processamento de dados de uma das maiores mineradoras do Brasil, a Usiminas. Lendo artigos sobre programação, ele se deparou com um artigo sobre uma nova forma de programar, um modelo moderno para a época, e tentou trazer esse novo modelo para dentro de sua área de trabalho.
            Sofreu pesada resistência e preconceito. Imaginem um rapaz de vinte e poucos tentando ditar para homens que lá trabalhavam a mais de 15 anos qual a maneira que eles deveriam de trabalhar. Depois de reconhecida a superioridade da linguagem que ele estava tentando trazer, todos os funcionários foram obrigados a aprender o novo modelo, e dessa forma meu pai foi o responsável por uma revolução de inovação e maior eficiência dentro da empresa.
        O mundo gira. Dá largas voltas. Se você não acompanhar, você dança. Você dança? Bem, existem muitas maneiras de dançar. Muitas vezes a idéia de “dançar” é conotada como “se dar mal” ou “ficar de fora”. Mas na minha perspectiva, eu diria que quem fica de fora é quem não dança de acordo com a música. Quem se dá mal é quem dança fora do ritmo, é quem não acompanha a maneira como a “banda toca”.
            Mas nem sempre temos que seguir as regras, menos ainda quando discordamos delas. Temos que buscar inovar, questionar e evoluir desta maneira. Se nos deixarmos acomodar pelo mais usual e corriqueiro, logo estaremos estagnados e vazios. As pessoas precisam de movimento, precisam estar sempre em moção. Se não elas acabam ficando para trás, obsoletas e presas a ideias que não se encaixam nas mudanças do presente.
            Esta postagem é dedicada para um vídeo que eu assisti a pouco tempo quando procurava vídeos de Popping (assunto pelo qual pouco me interesso, sabe, só por diversão). O vídeo é do showcase dos juízes de um campeonato de popping. Os dois primeiros juízes dançaram ao som das boas e velhas popping tracks (músicas especificamente apropriadas para a dança), até que não dançaram mal. Já o terceiro juiz, usou uma música totalmente inusitada e fez o impossível em uma das apresentações mais espetaculares que já vi! Fazendo Tickings ao som de um piano, e depois acompanhando a melodia em um mix de FreakOut com ToyMan. O cara foi absolutamente brilhante, tudo porque decidiu agir da maneira mais não convencional dentro do universo tão polêmico do Popping (só acho que o meu Gliding é melhor que o dele, mas ninguém pode ser perfeito).
            Muitos Popper ditos tradicionais (não desejo citar nomes) criticam pesadamente dançarinos como Salah, ou Robert Murray, por estarem saindo do estilo. Ok, eles criticam com razão, eu concordo que trickers são diferentes de dançarinos. Por mais insanamente fodas que sejam os truques que esses caras fazem, eles ignoram completamente a batida. Eu acho que já estabeleci bem o que acontece com quem sai do ritmo, certo? Mas o caso nesse vídeo é completamente diferente, o cara dançou o bom e velho popping, mas utilizando uma música que nunca se esperaria ver em uma apresentação do gênero.





            Dedico essa postagem a todos que mantém em si acesas a chama da inspiração, e força de indagação. Continuem inovando e buscando novos horizontes, SEMPRE!

Nenhum comentário:

Postar um comentário