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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Fim de Ano

            Eram 13:32 e como de costume, o professor estava atrasado. Meu amigo/colega me chamou em sua carteira:
            _Ai cara, vem cá ver uma questão. Eu não estou entendendo como; estou fazendo as contas, mas não confere com a resposta.
            Prepotente, comecei a resolver a questão no próprio quadro, aproveitando os pincéis que ali estavam largados. Quando meu caro amigo Anderson interveio e mostrou que eu estava completamente errado em minha solução. Perplexo e contente por estar sendo corrigido, eu tentei armazenar o máximo possível sobre a “nova perspectiva” sobre o conteúdo da prova que eu estava a menos de 5 minutos de realizar.
            O professor chega à sala. Todos se dispõem em suas carteiras. De certo, eu nunca estivera tão ansioso. Nem mesmo o vestibular (os dois que realizei) me deixou tão ansioso quanto estive naquele momento. Eu abro a prova. Leio a primeira questão, pulo para a próxima. Segunda questão, eu passo de novo. Mas a terceira questão, essa sim me despertou lembranças. Justamente a mesma questão que me aventurei a resolver 5 minutos antes, no quadro.
            Foi a diferença entre aprovação e reprovação. Sim! Pela Glória da China, sim! Eu fui aprovado! Passei em Álgebra Linear! Passei em todas as matérias da minha faculdade. E a sensação, foi melhor do que passar no vestibular. Meu amigo que me corrigiu quanto à resolução do quadro, esse também passou, e passou com média até alta. Mas aquele que propôs a questão da minha salvação, não fora aprovado.
            Passei meu último mês em uma correria sem fim. Mil tarefas por fazer, e um blog para atualizar. Mas agora que estou de férias, vou estar mais atarefado do que nunca. Pois uma coisa é se dedicar para alcançar as expectativas impostas por terceiros. Outra coisa bem diferente é trabalhar para cumprir com suas expectativas e projetos pessoais. Com isso começam aquelas velhas promessas de fim de ano:
            _Prometo estudar mais.
            _Prometo lutar para emagrecer.
            _Prometo encontrar uma namorada.
            _Prometo arrumar um emprego.
            _Prometo escrever mais para o meu blog.
            Deveriam designar no universo fantástico, algum lugar mitológico para onde iriam as promessas mal cumpridas. Feito uma Terra do Nunca. Poderia ser a Terra do Prometeu (sem profundas intertextualidades). “Prometeu, mas não cumpriu” seria um bom slogan.
            Tínhamos fechado a conta no bar e estávamos atravessando uma ponte que liga dois bairros quando eu resolvi fazer uma confissão aos meus amigos:
            _Eu odeio o natal.
            _Sério? Por quê? – Indagou o mais sagaz dos outros dois presentes.
            _Eu odeio tudo em relação ao natal. Odeio a árvore de natal, ela é tão feia. Odeio todos os enfeites de natal. Odeio aquele boneco quebra nozes, ele é feio. Odeio aqueles enfeites de doces em forma de bengala. Odeio essas malditas luzes que ficam piscando noite e dia, é ridículo e feio também.
            _”Grinch”!
            _Eu to falando sério cara. E o pior de tudo é o papai Noel. Ele com aquela cara barbuda e aquelas bochechas rosadas. Ele é tosto. Não gosto dele. Essa história de velhinho bondoso nunca colou comigo.
            _Cara, você está ficando verde! – Meus amigos quase gargalhavam.
            Muitos viriam a me dizer que o verdadeiro espírito natalino diz respeito ao nascimento do filho de deus. Mas eu acho que está mais relacionado com a maneira com que Constantino desejava difundir o cristianismo e acabou por juntar datas de festividades pagãs, para ajudar a adaptação no processo de conversam. Mantiveram o clima de festividade, só trocaram o foco da atração.
            Desde criança, nunca senti muita atração ou conforto pela sensação de fim de ano. Natal, e seis dias em seguida, ano novo. Um clima de depressão sempre bateu em mim. Afastado de mais colegas de escola, não tanto por não ter amigos, mas por que todos estavam trancados juntos à “família”.
            É como se não tivesse onde me esconder, sem escapatória ou opção. Pois se desejasse estar longe de minha casa enquanto comem peru ou erguem taças de espumante, para qual outro lugar eu iria? Nem mesmo os mais profundos confins de minha mente seriam capazes de me proteger e obscurecer sobre essa tediosa experiência de fim de ano. Sorrisos desarranjados, abraços desconfortáveis. Oh, Clarice! Eu te entendo, eu finalmente te entendo!
            Então é isso pessoal. Essa foi a postagem mais ou menos descontraída do fim de ano. Desejo uma farta mesa de Natal e uma boa bebedeira de ano novo a todos!

2 comentários:

  1. Não deteste o final de ano... e sim aceite o começo do próximo. É uma questão de ponto de vista... como no dilema do copo com água pela metade: ele está meio-cheio ou meio-vazio?

    uhauhauhauuhauha não sabia que vc tinha crises com peso... foi bem feminino isso xD

    Gosto das festas de fim, justamente, porque quase todos os meus amigos aqui não viajam - fazem festa em casa - e vamos nos reunindo, e entrando nas comemorações dos parentes uns dos outros... até altas horas... VIVA O NATAL \o/

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  2. haha, eu tbm naum gosto do natal, Gunter... hahah mais num precisava acabar com os sonhos das criancinhas.. Pô tadinho do papai noel..hhaha Brinks

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