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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Apenas um Sonho

            Estou deitada em minha cama, observando o desenho das sombras nos móveis. Sombras delineadas pela fraca luz que escapa das gretas da janela. Já é manhã, mas a casa está em silêncio. Levanto da cama. Tudo ao meu redor parece acinzentado.  Talvez por que mantive todas as luzes apagadas, não sei.
            Não encontro ninguém! Passei por todos os quarto. A casa está vazia! Será que foram para a praia, e me deixaram sozinha? Eu deveria ter acordado com o barulho. Eles não poderiam ir à praia, sem no mínimo, começarem uma gritaria infernal. E por que me abandonariam dormindo, sozinha?
            Decidi descer as escadas, comer alguma coisa. Posso não sentir fome, mas me parece nada além de sensato, me alimentar pela manha. Eu me sentiria completamente normal, se não pudesse notar que a casa parece ter perdido sua cor, por completo. Tudo parece, “sem graça”.
            Até que passo pela sala, e vejo alguém dormindo no sofá. Enfim, acredito que não estou mais sozinha. Até que chego perto para acordar quem quer que fosse, e percebo que sou EU ali, deitada – dormindo?
            Esta sou eu?! Não posso, eu estou aqui, de pé! Não estou deitada. Eu estou dormindo? Será que estou sonhando? O desespero começa a correr em minhas veias. Não, quais veias? Eu sinto meu corpo resfriar de pavor, mas qual corpo? O que é o meu corpo?
            Agora posso perceber o ambiente mais frio, não em temperatura, mas aspecto. As cores perderam suas vidas, e parecem mortas, tão cinzas agora, quanto a densa neblina que observo pela janela.
            Eu não suporto, não suporto a cena. Não suporto ver meu corpo, estirado, inanimado, jogado no sofá. Onde estão todos os outros? Por que ninguém vem me socorrer?
            Subo as escadas correndo, buscando ignorar as figuras que aparecem nas bordas de minha visão. Assombrações fantasmagóricas, criações da minha angústia, para me atormentar e agonizar.
            Vou voltar para minha cama, para a proteção dos lençóis. É apenas um sonho. É apenas um sonho. Logo eu vou acordar, e tudo vai estar de volta como antes. É apenas um sonho. É apenas um sonho idiota. Logo tudo vai embora, logo tudo vai desaparecer – e com todo o resto, minha existência também.

Conto que fiz, baseado em um micro-conto de uma grande amiga minha. ^^

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Projeto Vénus

O Projeto Venus apresenta uma visão nova e arrojada para a humanidade que requer nada menos que o total re-planejamento de nossa cultura. Hoje, existem muitas pessoas preocupadas com os sérios problemas que confrontam nossa sociedade moderna: desemprego, crimes violentos, substituição de humanos pela tecnologia, superpopulação e o declínio nos ecossistemas terrestres.
Como você verá o Projeto Venus se dedica a enfrentar todos esses problemas ao envolver-se ativamente em pesquisas, desenvolvimento e aplicação de soluções viáveis. Através do uso de abordagens inovadoras para a conscientização social, incentivos educacionais e a aplicação consistente do melhor que a ciência e tecnologia têm a oferecer diretamente ao sistema social, o Projeto Venus oferece um plano abrangente para a restauração social no qual os seres humanos, a tecnologia e a natureza serão capazes de coexistir num estado de equilíbrio dinâmico sustentável e de longo prazo.


            Esse é o texto que retirei do site The Venus Project. Embora só tenha lido superficialmente sobre o projeto, me interessei por ele o suficiente para adicionar um banner no meu blog. Pretendo estudar mais profundamente sobre as ideias projetadas por Jacque Fresco, o idealizador e arquiteto do Projeto Venus. Mas convido a todos que tiverem interesse, para pesquisarem e lerem sobre o assunto também, em todo caso, voltarei a escrever sobre o assunto quando tiver 

conclusões mais definidas. Até lá, boa semana a todos!

Algumas referências extras:
Um outro blog
Livros sobre o projeto

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Entrevista com Pensadores Mortos

            Como parte da nova programação do blog (ou a recém adquirida programação), serão promovidos aqui debates toda segunda-feira, entre dois ou mais, grandes estudiosos, pesquisadores e pensadores do passado.
            Homens que marcaram a história com suas idéias de descobertas. Mas como hoje, eles estão mortos, em maioria, eles não conhecem as consequências de seus estudos sobre a sociedade do futuro. Eu gostaria de destacar tal, pois alguns deles não fazem menor ideia de que têm seus nomes mencionados e seus rostos estampados nos livros de história, geografia, matemática, e mesmo biologia. Como é o caso de um dos nossos entrevistados da noite. Chamo aqui, Charles Darwin e Mendel.
            (Aplausos)
            Mendel entra utilizando uma bata marrom, cabelo em corte de cuia, e um terço entre as mãos. Darwin entrou com um charmoso terno preto, com uma cor branca social por debaixo do paletó preto, e ao que me parece, ele penteou a barba:
            _Eu gostaria, a princípio, de agradecer à presença dos dois no meu humilde blog. É uma enorme honra e prazer estar na presença daquele que levou o nome da teoria da evolução, e o pai da ciência genética, nunca antes reconhecido, ao menos não em vida.
            _Meu jovem, você é um rapaz inteligente, mas tem idéias muito estranhas. – Mendel toma a voz, em evidente preocupação.
            _Oh, ok. Se importa de me explicar por que?
            _Primeiro, eu não sou o pai de nenhuma ciência ou coisa assim. Sim, eu soube, eles me reconheceram mais tarde a respeito dos meus estudos sobre a hereditariedade das características fisiológicas das ervilhas. Mas o verdadeiro pai, dono de toda a verdade, é Deus Pai, o meu Senhor. –Darwin revira os olhos, inquieto.
            _Tudo bem. Esse foi o seu primeiro ponto, mas eu suponho que tenha ao menos uma segunda colocação a fazer, certo?
            _Sim! Enquanto esperava a sua chamada para entrar no estúdio, eu li alguns dos seus textos nos seus arquivos. E lá, eu percebi que você tem idéias muito estranhas sobre muitas coisas. Sobre Deus, e sobre essa prática vil e terrível que é o aborto.
            _Mas veja agora, o entrevistador aqui, sou eu! Você pode ver as minhas idéias como estranhas. Mas as suas próprias, não tiveram reconhecimento enquanto você estava vivo.
            _Mas é claro! Ninguém queria saber do pobre Mendel. Eu deveria saber, é preconceito com a minha fé! Eles só tinham olhos para esse outro ai!
            Eu levanto a mão e peço a Darwin para que tenha calma:
            _Calma aí! Você esperava o que? Um senhor que vivia nas colinas, não conversava com quase ninguém se não com suas plantas, falava para dentro, e ainda queria que alguém prestasse atenção para a sua tese sobre a reprodução das plantinhas?!
            _Mais respeito, por favor?! O meu estudo é sério! Aliais, tão sério, que os estudiosos do futuro reconheceram ele!
            _Agora você esbarra em um ponto no qual envolvemos nosso digníssimo Darwin! Eu estudei certa vez em uma escola que levava seu nome, curioso não?
            _A princípio eu gostaria de dizer que, eu aprecio e admiro muito o trabalho do Mendel. Nossas pesquisas, juntas, trouxeram grandes avanços para a medicina moderna, a medicina preventiva, e mesmo a evolução da sociedade como corpo intelectual.
            _Oh, claro. No caso, as SUAS teorias tornaram um mundo um lugar melhor? – Mendel se revolta.
            _Calminha, calminha. Mendel, todos nós sabemos que você escondia e descartava os resultados “fora do padrão”, só para que as contas batessem.
            _O que?! Isso é um absurdo de se afirmar!
            _Hoje nós sabemos muito bem. O cruzamento de dois heterozigotos não “rendia” exatamente um quarto de homozigotos dominantes, um quarto de homozigotos recessivos, e um meio de heterozigotos. As contas nem sempre eram tão exatas assim, não é mesmo?
            _Mas estava tudo dentro de uma margem de erro. Erros experimentais! – Mendel arrisca lacrimejar os olhos.
            _Não, não eram. Isso faz parte da natureza, é algo que você deveria ter considerado, mas desprezou. Esses “erros” faziam parte das leis do SEU Deus Pai, e você simplesmente desprezou, e permaneceu na idéia de que sua teoria era correta, e completa.
            Mendel desmancha na cadeira. Darwin o olha com menosprezo, e peculiar indiferença sobre o sofrimento alheio:
            _Quanto à teoria de Darwin. Bem, ela viria a complementar e explicar essa “margem de erro experimental”. A sua teoria sobre a seleção natural faz perfeito sentido em explicar e diferenciação e a distribuição das qualidades e características passadas pelos pais. Ele teria seu nome imaculado na história se não fosse pela necessidade de acrescentar um “neo” no título de sua teoria.
            _Como isso? – Darwin se surpreende ao que se via envolto em elogios.
            _Você não explicou como surgiam das novas características. Faltou explicitar a respeito da mutação genética. Você foi eficiente em desbancar o Lamarckismo, mas ainda faltou uma peça do quebra cabeça. Peça, talvez, que teria sido complementada pelos “erros experimentais” de Mendel. É uma pena que na história do conhecimento, nem sempre houve a colaboração necessária entre os estudiosos que poderiam trabalhar de mãos dadas, mas preferiram se isolarem em seus cantos, cercados em suas ilhas de soberba e orgulho próprio.
            _Como você pôde? – Mendel volta a falar, já de olhos vermelhos.
            _Como foi?
            _Não estou falando com você, seu desalmado. Aliais, vocês dois, são dois desalmados! Estou falando com esse de barba branca. – Darwin se espreme torcendo o corpo na cadeira, assustado. – Como você teve coragem de profanar o nome de nosso Senhor com suas teorias odiosas? Como pôde dizer algo tão vulgar e ridículo como o homem ter surgido do macaco?!
            _Aqui vamos nós outra vez. – Darwin revira os olhos.
            _O nome – eu encaro Mendel, com a sincera vontade de voar em seu pescoço e sufocar-lo – é AUSTRALOPHITECUS!!!
            Mendel retorno o olhar para mim, severo, e com aparente pesar:
            _Acho que já rendeu o quanto era possível render. Eu declaro essa entrevista encerrada.
            Mendel é o primeiro a desaparecer, transparecendo e flutuando, feito fumaça. Darwin o observa partir, então me olha nos olhos, sorrindo com estes, e então se levanta e caminha até a sombra do canteiro, sumindo dentro desta.
            Esta foi a primeira entrevista com pensadores mortos. Ao que me parece, serão sempre discussões tensas e dramáticas como essa. Eu repito e peço compreensão, pois muitos desses homens, não conhecem a repercussão de suas descobertas e pesquisar sobre o mundo atual. Peço desculpas pelo transtorno, e espero que tenha sido proveitoso de alguma forma.
            Até a próxima segunda feira, onde trarei Isaac Newton e Albert Einstein para discutirmos sobre a física relativística e a distorção e contração do espaço tempo. Até a próxima! 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Torcidas organizadas

   

            É recorrente e usual que me façam perguntas de todos os gêneros, quando sou apresentado a um novo conhecido.

“Qual é o seu nome?”
“Qual a sua idade?”
“Nossa! Como você é grande! Qual a sua altura?”
“Você é gatinho. Qual é o seu telefone?”
“Para qual time você torce?”
Ao ponto em que me fazem essa última pergunta, o meu desejo é de responder: “Sou heterossexual!”, e apenas.  Porém nem sempre é a expectativa de que seja dada uma resposta criativa e divertida para uma pergunta desse gênero. Pois na sociedade em que vivemos, o seu time de futebol pode lhe render mais preconceito do que sua opção sexual. Passa a ser então, uma pergunta de teor crucial, ao ponto de determinar o sucesso ou não de futuras amizades.
Exagero? Oh, acredite, já vi amizades enfraquecerem por conta de rixas futebolísticas. Mas não são bem as inimizades pessoais que de fato me preocupam. O exagero é tal, que faz multidões entrarem em guerra, por causa de um time de futebol.
Esses barões, senhores donatários de clubes e estádios, eles nadam com o dinheiro adquirido na indústria do maior espetáculo nacional. Oito meses de aflição. Oito meses onde a maior preocupação do trabalhador brasileiro é a posição do seu timão na tabela do brasileirão.
Há que idolatrar seus jogadores favoritos, por si só, não faz mal. Se existem heróis nacionais, não são aqueles dos livros de história, mas os jogadores que trouxeram o título da Copa Mundial à Seleção Brasileira.
Mas eis que o fanatismo nos leva à tormenta. Quando a lei da competição exige a vitória, não importa o esforço que leve, não importa o suor que gaste; o sangue jorra. Jorra sangue na tela da televisão brasileira, mas não é o sangue dos jogadores incompetentes, mas dos torcedores que comemoram a vitória, em frente ao bar do rival.
A que ponto alguém pode dize, que ama seu time incondicionalmente? A que ponto alguém pode ME obrigar, a tomar partido em um banho de sangue?
Eu costumava ser flamenguista, ainda que dos bem relapsos. Mas hoje, eu torço é para time nenhum. Pois o flamengo é o time cujas derrotas ou vitórias causam mais mortes pelo Brasil afora. Se o time perde, os torcedores vão à rua, e morre quem estiver com a camisa do adversário. Se o time ganha, é o torcedor do próprio que amanhece com formiga na barriga, e a língua no chão.
Prefiro ser indiferente, e observar esse massacre espetáculo de longe. BEM longe.

Artigo sobre o assunto:
Reportagens e outras notícias:
Outro Blog sobre o mesmo assunto

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Olá, meus caros!

Olá, meus caros, me chamo Lucas, vulgo Storm, e isso basta.
Bom, é o seguinte. Eu, Gunter e mais uns amigos discutimos uma vez no café que costumamos frequentar, sobre a possibilidade de um intercâmbio blogguistico. Como podem ver, sou novo por aqui, mas sou o dono do  blog parceiro http://uquaarilqua.blogspot.com/ (acessem, inscrevam-se, comentem).
Enfim, a partir de agora, Gunter postará em nosso blog (somos três, quatro agora, com Gunter) e eu postarei aqui. Então, aqui vai o post inicial.
Apresentar-eu-hei minha filosofia de vida. Asatru. Se eu não me engano, já houve um post sobre isso por aqui.
Corvo, símbolo de Odhinn, o sábio.
O Asatru (ou Odinismo) tem como base fundamental o vínculo com os ancestrais e não os Deuses, como muitos podem pensar. De fato, não sei se posso chamar os Deuses de Deuses, visto que não atendem nem ao critério da imortalidade.

Falando sobre os Deuses:
Os ditos Deuses podem ser divididos em dois grupos. Os Aesir e os Vanir, diz os mitos que os dois Clãs brigaram e que após guerra, se entenderam. Eu não concordo com a definição de Deuses. Porque diz-se que eles não são imortais, não são Oniscientes, nem Onipotentes.
Mas afinal, o que são os "Deuses". Não são de forma alguma, deuses criadores, como a mitologia cristã prega (refiro-me ao fato do deus cristão ser criador). Os Deuses foram criados com o universo e não são, de forma alguma, pessoas sentadas em tronos de ouro em Valhalla. São forças, forças de forma desconhecida, que regem o mundo, o universo; sendo que cada um possui sua particularidade e seus defeitos. A compreensão do que são os Deuses mudou muito com o passar do tempo.
Valhalla!
Valhalla não é o castelo de Odhinn em Asgard, muito embora seja representada assim para facilitar a compreensão trivial. Na verdade, entendemos Valhalla como o prazer até o Ragnarök, um lugar onde você ficará em contato com os Deuses até o fim do mundo (não é um LUGAR, é mais um ESTADO de pós-morte). Mas a morte não é tão feliz assim. Se você não for uma pessoa honrada ou não cumprir com sua lealdade, passará o resto da morte em um estado de melancolia. Mas não de sofrimento.
Valknut no centro, o nó dos enforcados. Corvos ao redor e as runas, futhark.
Ragnarök.
O fim do mundo nórdico é a ultima batalha, quando os Deuses batalharão com os gigantes e a árvore da vida será destruída para recomeçar. Mas seria um mundo totalmente diferente, sem Deuses, talvez, e sem Gigantes ou Humanos. Diz a Profecia.
Gigantes? Máqueporra?
Gigantes, não são gigantes, são representações de espíritos inimigos aos Aesir e aos Vanir. E eles não são maus. Inclusive alguns Aesir ou Vanir se casaram com Gigantes e alguns Gigantes são Aesir (como Loki, o trapaceiro).
Árvore da vida.
Sim, Yggdrasil, a árvore da vida, o que sustenta os nove universos. Numa visão mais esotérica, poderia ser visto como o que sustenta todos os planos. O Astral, o Físico, o Mental...
Profecia? Máqueporra?
Diz os mitos que Völva, uma bruxa poderosa, previu todo o correr do universo para Odhinn. O mito da profecia está escrito e existem várias traduções na net.

Eu falei em algo escrito, no Asatru existem livros compostos de mitos, que são usados como base para a prática do rito, da religião. São chamados de Edda. E um deles em específico eu acho legal, o Havamál. Que nos diz costumes práticas boas a qualquer Asatruar. Ele fala da Honra, da Lealdade...
Falando em Lealdade, tem mais uma coisa importante ao Asatru, e só falarei isso.





São nove virtudes que qualquer pessoa, Asatru ou não, precisaria praticar. Pois são coisas referentes ao dia-a-dia. Vou colocar uma imagem com todas elas.

Eu não sei quando volto para falar de algo, parece que eu terei um dia para isso. Mas, acostumem-se comigo.

Has Hail!!!

(adição: link para a postagem anterior sobre Asatru)